sexta-feira, 18 de março de 2011

Dois amores



Ter dois amores pode gerar dor e levar a uma decisão difícil, a escolha.

Desde a infância, queremos amar e ser amados. Amamos nossos pais e nossos irmãos. E desejamos ter exclusividade desse amor, mas não a temos. Então, sentimos ciúme. O ciúme e o desejo de ser único fazem parte de toda a nossa vida. Quando nos apaixonamos esse desejo de ser único é ainda mais forte e toma conta de nós. Não podemos admitir que o ser amado ame outro, ou tenha tido outra pessoa em sua vida antes, queremos que ame somente a nós, e a traição é um dos maiores motivos de separação. Nos votos de casamento, com aquele "até que a morte nos separe", entendemos que vamos amar e seremos o único motivo de amor.

Muitas vezes, porém, um casal que se ama, vive bem e se considera feliz v~e aparecer uma terceira pesoa, com a qual um dos dois se envolve. Como lidar com isso? Que fazer se ele ou ela ama o parceiro ou a parceira, não quer se separar, mas se sente apaixonado por outra ou outro?

Pensa, pesa, compara, fala com amigos (que quase sempre dá um conselho nada a ver), sofre porque deseja os dois mas não aguenta a divisão interna. Ninguém preenche totalmente nossas carências; um poder ser sério, poderoso, protetor, sistemático; o outro, alegre, criativo, inesperado, aventureiro; com um tenho segurança, com o outro tenho sexo. No princípio, a idéia era apenas sair às vezes com aquela pessoa, só por diversão, sem intenção de se envolver. Mas o envolvimento já existe, senão não haveria sofrimento.

Todos precisam de uma coerência entre o pensar e o agir, uma consonância; todos devem agir de acordo com suas crenças ou vão entrar em conflito e, então, mudam o comportamento ou tentam novas crenças para sair do estado de tensão interna. Quem acredita que só se pode amar um mas se envolve com dois entra em um estaddo de tensão. Racionalmente, "sabe" que só pode amar um, mas seu coração diz que ama dois. O problema é que é possível gostar de dois (não amar), o difícil é relacionar-se com os dois sem sentir culpa. É uma questão moral, cada relaão tem suas regras. Não podemos é nos trair.

Se não suportamos a situação, vamos ter que escolher um e perder o outro, já que não podemos mentir e conviver com algo em que não acreditamos. Quem é mais maduro escolhe e aguenta a frustração por perder. Muitos homens são criados vendo o pai trair a mãe como se fosse algo natural. Não percebem mal nenhum em trair, desde que não sejam eles os traídos. Se forem traídos pela mulher, não vão suportar. Apesar de ser uma ética machista, muitas mulheres também agem assim. Traem o marido sem culpa porque acreditam que "o que os olhos não veem o coração não sente". Mas se amamos alguém verdadeiramente, se existe confiança mútua, o certo é abrir o coração, ser leal como gostaríamos que o outro fosse conosco, o que vai nos dar o alívio desejado.

A verdade é que não há como manter duas relações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário