quinta-feira, 31 de março de 2011

Finalmente!

Finalmente!!!! Depois de um tempão sem dormir eu consegui, com muita dificuldade, um plano para pegar no sono. Nada de TV de madrugada, nada de celular, nada de notebook, nada de nada. Tomei um banho morno antes de me deitar só para relaxar, ascendi uma vela aromática de lavanda e até tomei leite para ver se funcionava para dormir. Eu e J. tínhamos combinado de dormirmos essa noite, então, finalmente consegui. Claro que tinha que ter alguém para bater foto do "evento", afinal, isso é raro em minha vida: dormir bem. Engraçado que eu não percebo o quanto estou cansada, mas nao acordar eu senti que devo dar mais valor ao meu descanso. Para alguém como eu, que é bastante ansiosa, é quase uma guerra dormir, mas juro que vou tentar mais vezes. Se funcionou hoje, funcionará em outras noites. Só espero que J. tenha tido o mesmo êxito que tive. Vou esperar ele me dizer. Mas nada melhor que ter paz de espírito para uma boa noite de sono... Enfim, dormi!!!!

terça-feira, 29 de março de 2011

Marco Hietala

Música do dia na voz maravilhosa de Marco Hietala. Adorável!

This is for you, my love! Have a nice day, darling!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Como te amo



Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;

Como se ama o clarão da branca lua,
Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua;

Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu de luzes, um jardim de flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;

Como se ama o crepúsculo da aurora,
A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;

Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncios, e cores, e perfume e vida
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus;

Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, - mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti.- Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta sofrer, por tudo eu te amo

O que espero, cobiço, almejo, ou temo
De ti, só de ti pende: oh! nunca saberás
Com quanto amor eu te amo, e de que fonte
Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem eu te revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas

(Gonçalves Dias)

Falar, calar



Hoje eu falo de silêncio. Eu, que amo as palavras, hoje fico nos espaços brancos e nas entrelinhas. Fico ausente embora de longe siga pelo milagre da tecnologia tudo o que acontece onde me lêem neste instante. Ausente prensente como tantas vezes tantas pessoas.

Nas histórias que relato ou invento, hoje não me interessam tanto as tramas e os personagens: somos todos sombras que andam de um lado para o outro, aparecem e desaparecem em quartos, corredores, jardins. Caem de escadas, jogam-se no poço, naufragam como rostos ou ratos.

A mim seduzem palavras e silêncios, e jeitos de olhar. O formato de uma boca melancólica, ou o baixar de uma pálpebra que esconde o desejo de morrer ou de matar, ódio ou desamparo, hipocrisia, ah, o olhar sorrateiro, o estrábico olhar dos mentirosos.

A mim interessam as coisas que normalmente ninguém valoriza. Porque o real está no escondido. Por isso escrevo: para esconjurar o avesso das coisas e da vida, de onde nos vem o medo, que impulsiona como a esperança.

Nas relações amorosas, sou fascinada pela fração de segundo, o lapso mínimo em que os olhares se desencontram e a palavra que podia ser pronunciada se recolhe por pusilanimidade, egoísmo ou autocompaixão. E a cumplicidade se rompe e a gente se sente sozinha.

O caminho do desencontro é ladrilhado de silêncios, quando se devia falar, e de palavras quando o melhor teria sido ficar calado: e a gente sabia, ah, sim, sabia. Pior: é ladrilhado de gestos que não foram feitos quando o outro precisava.

É no silêncio o peso da omissão, cumplicidade com o erro, se agiganta [...]

A lenda de Apolo e Dafne



Dafne foi o primeiro amor de Apolo. Não surgiu por acaso, mas pela malícia de Eros. Apolo viu o menino brincando com seu arco e suas setas e disse-lhe: "Que tens a fazer com armas mortíferas, menino insolente? Deixe-as para as mãos de quem delas seja digno. Com elas alcancei vitória! Contenta-te com tuas tochas, criança e atiça tua chama, como costumas dizer, mas não te atrevas a intrometer-te com minhas armas."

Cupido retrucou: "Tuas setas podem ferir todas as outras coisas, Apolo, mas as minhas podem ferir-te."

Assim dizendo, pôs-se de pé numa rocha e atirou duas setas diferentes, uma feita para atrair amor, outra para afastá-lo. A primeira era de ouro, a segunda era de chumbo. Com a seta de ponta de chumbo feriu Dafne, e com a seta de ouro feriu Apolo no coração. Sem demora o deus foi tomado de amor pela donzela, mas esta sentiu horror à idéia de amar.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Libertas




Mais fotos do show

Chamego do irmão querido, Ricardo Linassi
Cabral e eu
Eu e Gabi
Nem comento... olha só as faces!!!!!!

Fotos do show Libertas

Cabral e Bitoca
Joana
Eu e minha sobrinha, Fernanda

Show Libertas




Dia 20 houve um show de várias bandas de Metal aqui em BH no Matriz. Meu irmãozinho, Ricardo, lançou o CD dele lá, chamado Wonderlostland, que foi inteiramente dedicado à sua amada. Queridos, eu acho simplesmente um arraso, uma atitude extrema de prova de amor um homem fazer um CD inteiro, com músicas de sua própria autoria, para quem ama. O CD está lindo. Foi um trabalho muito suado, pois eu vi o quanto ele se empenhou, trabalhou e fez tudo com carinho e dedicação.

Ricardo é simplesmente nota 1000... não é porque ele é meu irmãozinho, hehehe. Estou lambendo a cria da família, mas é um ser humano espetacular. Amo meu irmão de todo coração, para todo sempre, ainda que ele nos deixe aqui com uma saudade danada no peito, pois está indo embora para Europa. Snif!

Estou aproveitando sua presença aqui, que será breve. O show foi ótimo e como sempre, Ricardo faz a bateria chorar, coitadinha!!!! Foi uma oportunidade master ter ido ao show, pois além do lançamento do CD, eu pude rever amigos e me divertir bastante nesse dia.

Vou postando as fotos do show com calma.

Top 10 dos Suecos





Top 10 virou top 11 com as características dos suecos.

Aí vai, alunos queridos:

1) Estilosos. Eles são estilosíssimos. Eles têm cada roupa de inverno que deixa qualquer um abismado. O centro da cidade parece um desfile de moda. Muitos casacos, sobretudos, cachecóis, cardigans, botas, tocas e até mesmo meias que sao um luxo só!! Simplesmente adoro o jeito chiquérrimo deles de ser.

2) Contidos. Essa história de dizer que todo europeu é frio é puro mito. Eu nao acho que os suecos são frios. Acho apenas que eles são mais tímidos e mais contidos na forma de expressar suas emocões. Todas as vezes que tive contato com eles fui tratada com muita atencão, carinho e respeito. No geral, acho até eles bem divertidos e fofos.

3) Impacientes. Pelo que pude ver eles nao tem a menor paciência no quesito esperar. Seja numa fila, num show, num jogo, num jantar eles nao gostam de esperar por nada. Isso está diretamente relacionado à pontualidade que eu já falei anteriormente. Tudo aqui comeca bem na hora e ninguém aguenta esperar muito nao.

4) Extremamente bonitos (incontestável isso). Para quem gosta dos padrões de beleza nórdicos, eles são um prato cheio para os olhos. No geral, sao brancos, louros, altos, olhos claros, traços bem afilados. Eu acho tantos os suecos quanto as suecas, muito bonitos. Suecas são extremamente bonitas, extremamente bem vestidas e bem maquiadas. Até digo que são as mulheres mais lindas do planeta. Ficar perto delas faz sua auto-estima ficar completamente abalada, hahahaha!!!!

5) Notícias. O povo daqui é completamente viciado em notícias. Tanto em jornais impressos, quanto nos noticirários da televisão, no rádio do carro e até mesmo na internet eles tao sempre atrás de uma informacão. Seja a previsão do tempo, a crise econômica, a fome na África, os gêmeos da Angelina Jolie, nao interessa!! Eles querem saber tudo o que se passa no mundo.

6) Irônicos. O senso de humor deles é único. Eles são completamente irônicos e fazem piada de tudo. Na maioria das vezes que eu peço ao J. traduzir as piadas eu não acho a menor graca, mas também, piada traduzida ninguém merece, né?!

7) Independentes. Desde pequenos eles são preparados para ser independentes. Na escola eles aprendem a cozinhar, a costurar, tem nocões de carpintaria, mecânica, pintura entre outras coisas, que no futuro servem de suporte para essa independência. Eles saem da casa dos pais assim que terminam o ensino médio, com mais ou menos 18 anos e a partir daí tem que aprender a ser virar sozinhos. Bem diferente de brasileiros, que só saem de casa quando se casa e olhe lá. Brasileiros, na maioria dos casos, ficam debaixo da saia da mamãe por muito tempo. Affff! Não tenho paciência.

8) Tem pavor a médico. Eu venho de uma família hipocondríaca compulsiva, daquelas que não pode sentir uma dorzinha na unha e já estão fazendo uma tumografia computadorizada só para ter certeza de que nao é nada grave. Na Suécia é tudo o contrário, eles só procuram atendimento médico quando estão perdendo uma perna ou quando já não agüentam mais de dor.

9) Não são muito fãs de açúcar. Por lá, eles têm uma certa intolerância ao açúcar. Tomam café, chá, suco e tudo mais sem um grãozinho de acúcar. As sobremesas suecas são maravilhosas, mas são bem menos doce do que as nossas.

10) Grande capacidade para seguir as regras. Tanto no trânsito (isso eu acho maravilhoso), quanto nas filas, no âmbito profissional e pessoal eles costumam cumprir estritamente as regras. Nem adianta tentar dar um “jeitinho brasileiro” porque lá isso simplesmente nao existe. Até pega muito mal. Apesar de as coisas ficarem bem mais organizadas, acho que eles perdem um pouco na questão da improvisação, e da espontaneidade.

11) Liberdade nas lojas. Quando você entra numa loja sueca, você nunca é incomodado com aqueles 500 vendedores que vem atrás de você: "vamos fazer um cartão? Vamos aumentar o limite? Ah olhaaaa a coleção nova!! Vai levar sóooo isssoooo? Me chama quando você já estiver vestida tá, princesaaaaa (super falsas)!! Noooosssa mas você ficou lindaaaaa nessa calça 34! (ficou uma porca) Nãaao, não se preocupe que não está aparecendo seu cofrinho e suas banhas não estão saindo para fora da calça (entende-se: ESTÁ UMA ORCA, FILHA. Muuuito falsas)!! Vamos dividir em 20 vezes?" Na Suécia, as vendedoras simplesmente te deixam em paz e só aparecem se você realmente precisar de ajuda ou na hora de efetuar o pagamento. Adorooooooooooo!

Quem são os suecos?



Olha, eu ri muito quando li esse artigo na internet e inclusive o traduzi para J., que não ficou ofendido, pelo contrário, riu muito também e confirmou a visão da jornalista Fabriani, que mora lá, como verdadeira.

Continuo amando de coração os suecos!!!!!

O sueco típico é alto, loiro e tem olhos azuis e usa gorro de lã no inverno. Ele é naturalmente tímido, introvertido, sério, empreendedor e não ri muito de si mesmo. Tem hábitos de vida que segue rigorosamente: todas as manhãs ele acorda às 5h30m para ter tempo de ler o jornal antes de ir para o trabalho. Isso indica que o sueco típico lê devagar porque geralmente o início do dia de trabalho é apenas às 8h da manhã.

Depois de si mesmo, são os maiores interesses do sueco típico: dinheiro, seu emprego, sua casa, hockey no gelo e sua família (nessa ordem). Ele ama animais em geral e em particular cachorros. Um dos passatempos favoritos do sueco típico é caminhar ou andar de bicicleta na natureza, perto de uma floresta, por exemplo. O ideal é quando ele tem consigo seu pastor-alemão.

O sueco típico preserva seus próprios dentes quando fica velho. É pontual, honesto, confiável, limpo e obedece às leis. Um exemplo disso é o que acontece na faixa de pedestres de qualquer rua. Não importando as condições climáticas, o sueco típico espera que o sinal fique verde para pedestres atravessarem a rua. Ele usa sempre o cinto de segurança, nunca dirige bêbado, paga sempre a licença da TV, declara o imposto de renda a tempo, tem sempre dois sacos plásticos no bolso quando passeia com o cachorro e nunca toma banho depois das 10 horas da noite.

O sueco típico é muito cuidadoso e quase nunca faz alguma coisa impulsiva ou espontaneamente (única exceção possível é espirrar). Para o sueco típico qualquer opção representa uma escolha de vida ou de morte. Como a escolha do queijo no supermercado, por exemplo. Enquanto os outros europeus pegam o primeiro que lhes parece ser bom, o sueco prova pelo menos dez tipos de queijo antes de se decidir por 200g de Brie. É essa natureza cuidadosa que o impede de se jogar na aventura do casamento. Tipicamente ele escolhe uma mulher com a qual vive alguns anos, tem filhos, para somente então pedi-la em casamento.

No que diz respeito ao casamento, aliás, os homens suecos típicos não têm muito em comum com os outros homens europeus. Tudo o que uma mulher pode fazer, o sueco típico pode fazer melhor - de cozinhar e lavar louça até coser cortinas, pregar botões e consertar meias. É assim que todas as tarefas na casa são divididas igualmente.
O sueco típico gosta de se manter bem informado. Ele está sempre procurando ouvir o noticiário e quer saber tudo sobre energia atômica, economia dos países do terceiro mundo, África do Sul e as preferências sexuais das centopéias.

A maioria dos suecos típicos é fanática em se manter em forma. Eles passam o final de semana correndo pelas florestas mais próximas ou em cima de uma bicicleta. Pensando na saúde, o sueco típico deixou de consumir nicotina, açúcar e café, além de não mais fazer contato com estranhos. Ele vai todos os dias pra cama antes das 10 horas da noite.

Talvez a característica mais fascinante em um sueco típico é sua visão de igualdade. Todos têm de ser e fazer exatamente igual. Para facilitar essa busca pela igualdade, a maioria dos suecos tem o mesmo sobrenome, com apenas algumas variações - Svensson, Nilsson ou Persson. A maioria das mulheres suecas chama-se Ulla ou Inga. O sueco típico defende a igualdade inclusive no que se refere aos salários. Isso graças a uma política de impostos solidária, pela qual os suecos podem até ganhar de forma diferente antes do imposto, mas depois ganham exatamente a mesma coisa - pouco. Além disso, os suecos têm o mesmo gosto para roupas e móveis, pensam parecido, dirigem Volvo e tiram férias em Mallorca, na Espanha.

Um sueco genuíno nega que tenha qualquer preconceito. Aos seus olhos não há diferenças entre os suecos e os imigrantes, e apesar de não conhecer nenhum iuguslavo, grego, turco, finlandês, polonês ou húngaro, o sueco típico está convencido de que não há diferenças entre si e os outros. As únicas exceções são que os imigrantes têm nomes diferentes, hábitos distintos, plantam vegetais na sala de visitas, têm sempre facas nos bolsos, assaltam bancos e aposentados, roubam empregos de outros suecos, se reproduzem como coelhos, batem em suas mulheres e falam sueco como quem tem um ovo na boca.

Por fim, o sueco típico gosta do silêncio do campo, odeia filas, adora ser o primeiro a subir no ônibus, não gosta de inverno, aprecia sexo, acredita no que dizem os social-democratas, é patriótico (tem cuecas com a bandeira sueca), vai à loja de bebidas alcoólicas duas vezes na semana, passa o Natal com os pais, estuda inglês e fica ofendido com o artigo como esse.

Hahahahaha!!!!!!!!!!

Falando dos Suecos



Propus aos meus alunos que fizessem um trabalho sobre o comportamento das pessoas de alguns países. Claro que os países escandinavos estavam na minha listinha. Então, alguns alunos ficaram em dúvidas de como fazer o tal trabalho. A proposta, na verdade, é somente de falar sobre o aspecto social, a sociedade, os costumes. Sendo assim, eu resolvi colocar um post sobre os suecos, já que os conheço um pouco mais. Para não ficar um texto somente com a minha visão sobre essas pessoas, eu pesquisei na internet e em livros para ver se o real tem a ver com o que penso.

Queridos alunos, aqui está um texto sobre os suecos... bem supervisionado pelo meu viking para eu não cometer nenhuma injustiça, até porque, eu adoro os suecos! Muito, muito mesmo!

Os suecos são únicos porque não odeiam qualquer nacionalidade em particular. A postura condescendente que eles adotam no que diz respeito a seus vizinhos escandinavos (noruegueses, dinamarqueses e finlandeses) não nasce de rejeição, mas simplesmente da absoluta confiança de que a Suécia é superior.

A melancolia sueca é causada por invernos longos, impostos altos e a sensação de estar isolado em um limbo geo-político e socio-econômico. A complacência é vista pelos suecos como uma arma para evitar disputas e conservar o equilíbrio. Trata-se de uma tendência/estratégia de vergar-se a qualquer pressão. A linguagem sueca é muito fácil de se aprender (aham... conta outra piada agora!). Sueco é composto de palavras alemãs, arranjadas conforme a gramática inglesa e pronunciadas com uma inflexão digna de uma montanha-russa. Ou seja, você tem loops, altos e baixos e vomita no final, hehehehe. Brincadeira!!!!! (Que tem fundo de verdade)

Sobre crenças e valores, o sueco tem devoção ao comedimento. Tudo na vida de um cidadão sueco tem que ser “lagom”, ou seja, “bom o suficiente”.

Etiqueta: na Suécia é considerado de mal gosto comer absolutamente tudo o que se oferece num jantar. Num prato de almôndegas, por exemplo, todo mundo come moderadamente mas nunca nunca nunca come-se a última bolinha de carne.

Na superfície, as pessoas parecem levar uma vida sem preocupações em um paraíso semelhante a um conto de fadas. Mas na verdade, por debaixo dessa fachada, há um mundo completamente diferente, fora de alcance para a maioria dos visitantes.

(continua)...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Paz





Hoje, pela manhã, tive que parar para ver as árvores de minha rua. Não sei porque, mas adoro aquele tapete de pétalas que fica no chão, dando cor ao ambiente e serenizando o dia de quem passa e vê mesmo que por breves momentos.

São pequenos lírios que perfumam o ar e que me fizeram parar para admirá-los no pouco tempo que tenho de sobra nesta vida tão corrida e cheia de compromissos.

Acho que estou em paz; estou feliz; estou eu mesma... Nunca me senti tão bem em toda minha vida!!!!

Quanta paz!!!!

Recomeçar



Não importa onde você parou…
em que momento da vida você cansou…
o que importa é que sempre é possível e necessário “Recomeçar”.

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…
é renovar as esperanças na vida e o mais importante… acreditar em você de novo.

Sofreu muito nesse período?
foi aprendizado…
Chorou muito?
foi limpeza da alma…

Ficou com raiva das pessoas?
foi para perdoá-las um dia…

Sentiu-se só por diversas vezes?
é porque fechaste a porta até para os anjos…
Acreditou que tudo estava perdido?
era o início da tua melhora…

Pois é…
agora é hora de reiniciar… de pensar na luz…
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal um corte de cabelo arrojado… diferente?
Um novo curso… ou aquele velho desejo de aprender a pintar… desenhar… dominar o computador… ou qualquer outra coisa…

Olha quanto desafio… quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando!

Tá se sentindo sozinho?
besteira… tem tanta gente que você afastou com o seu “período de isolamento"
tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para “chegar” perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza…
nem nós mesmos nos suportamos…
ficamos horríveis…
o mal humor vai comendo nosso fígado…
até a boca fica amarga.

Recomeçar…
hoje é um bom dia para começar novos
desafios.

Onde você quer chegar?
Ir alto… sonhe alto… queira o melhor do melhor… queira coisas boas para a vida… pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos…
se pensamos pequeno… coisas pequenas teremos…
já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor…
o melhor vai se instalar na nossa vida.

E é hoje o dia da faxina mental…
joga fora tudo que te prende ao passado…
ao mundinho de coisas tristes… fotos…
peças de roupa, papel de bala…
ingressos de cinema, bilhetes de viagens…
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados…

Jogue tudo fora… mas principalmente…
esvazie seu coração…
fique pronto para a vida…

Lembre-se somos apaixonáveis…
somos sempre capazes de amar…
afinal de contas…
Nós somos o “Amor”…
”Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.”

(Carlos Drummond de Andrade)

Frases



Nada proporciona maior capacidade de superação e resistência aos problemas e dificuldades em geral do que a consciência de ter uma missão para cumprir nesta vida. (Viktor Emil Frankl)

Longa é a vida vivida integralmente; mas só se pode chegar a isso se a mente fornece as próprias boas qualidades e delas extrai sua força. (Sêneca)

A alma humana é um abismo escuro e viscoso, um poço que não se usa na superfície do mundo. Ninguém se amaria se deveras se conhecesse, e assim, não havendo a vaidade, que é o sangue da vida espiritual, morreríamos na alma de anemia. (Fernando Pessoa)

Há uma grandeza, há uma glória, há uma intrepidez em ser simplesmente bom, sem aparato, nem interesse, nem cálculo; e sobretudo sem arrependimento. (Machado de Assis)

Razão.



A razão é uma conquista espiritual que o sujeito leva meio século para alcançar. Não se improvisa a razão. Muitas pessoas são dotadas de razão, muito poucas de bom senso. O último passo da razão é reconhecer que existe uma infinidade de coisas que a ultrapassam.

Dois amores



Ter dois amores pode gerar dor e levar a uma decisão difícil, a escolha.

Desde a infância, queremos amar e ser amados. Amamos nossos pais e nossos irmãos. E desejamos ter exclusividade desse amor, mas não a temos. Então, sentimos ciúme. O ciúme e o desejo de ser único fazem parte de toda a nossa vida. Quando nos apaixonamos esse desejo de ser único é ainda mais forte e toma conta de nós. Não podemos admitir que o ser amado ame outro, ou tenha tido outra pessoa em sua vida antes, queremos que ame somente a nós, e a traição é um dos maiores motivos de separação. Nos votos de casamento, com aquele "até que a morte nos separe", entendemos que vamos amar e seremos o único motivo de amor.

Muitas vezes, porém, um casal que se ama, vive bem e se considera feliz v~e aparecer uma terceira pesoa, com a qual um dos dois se envolve. Como lidar com isso? Que fazer se ele ou ela ama o parceiro ou a parceira, não quer se separar, mas se sente apaixonado por outra ou outro?

Pensa, pesa, compara, fala com amigos (que quase sempre dá um conselho nada a ver), sofre porque deseja os dois mas não aguenta a divisão interna. Ninguém preenche totalmente nossas carências; um poder ser sério, poderoso, protetor, sistemático; o outro, alegre, criativo, inesperado, aventureiro; com um tenho segurança, com o outro tenho sexo. No princípio, a idéia era apenas sair às vezes com aquela pessoa, só por diversão, sem intenção de se envolver. Mas o envolvimento já existe, senão não haveria sofrimento.

Todos precisam de uma coerência entre o pensar e o agir, uma consonância; todos devem agir de acordo com suas crenças ou vão entrar em conflito e, então, mudam o comportamento ou tentam novas crenças para sair do estado de tensão interna. Quem acredita que só se pode amar um mas se envolve com dois entra em um estaddo de tensão. Racionalmente, "sabe" que só pode amar um, mas seu coração diz que ama dois. O problema é que é possível gostar de dois (não amar), o difícil é relacionar-se com os dois sem sentir culpa. É uma questão moral, cada relaão tem suas regras. Não podemos é nos trair.

Se não suportamos a situação, vamos ter que escolher um e perder o outro, já que não podemos mentir e conviver com algo em que não acreditamos. Quem é mais maduro escolhe e aguenta a frustração por perder. Muitos homens são criados vendo o pai trair a mãe como se fosse algo natural. Não percebem mal nenhum em trair, desde que não sejam eles os traídos. Se forem traídos pela mulher, não vão suportar. Apesar de ser uma ética machista, muitas mulheres também agem assim. Traem o marido sem culpa porque acreditam que "o que os olhos não veem o coração não sente". Mas se amamos alguém verdadeiramente, se existe confiança mútua, o certo é abrir o coração, ser leal como gostaríamos que o outro fosse conosco, o que vai nos dar o alívio desejado.

A verdade é que não há como manter duas relações.

Cobranças



Cobranças não levam ninguém a assumir um compromisso afetivo.

Uma amiga revelou uma situação comum nos dias de hoje. Rompeu uma relação que durou dois anos. Não viviam juntos, mas se encontravam com freqüência e tinham projetos comuns de trabalho. A família dela e amigos sabiam da relação. Mas ele não havia assumido a relação para a família, somente para poucos amigos. Durante o tempo que estavam juntos, ela não tinha clareza do tipo de relação que estavam construindo. Sentia-se insegura. Há pouco teve provas de que ele tinha outras mulheres. Quando falavam no assunto, ele deixou transparecer que não tinham compromisso algum e, portanto, ela não tinha motivo para se sentir traída. Até hoje ela se pergunta se for um canalha ou se ela é que entendeu tudo errado. Quando se pode cobrar compromisso de alguém?

Primeiramente, compromissos se ancoram em valores e princípios e são definidos por atitudes, não por ações. É por isso que compromisos afetivos são difíceis de estabelecer e, uma vez construídos, são difíceis de romper. Como atitudes não são visíveis, as ações é que são, nunca se sabe, ao cobrar compromisso, se obteremos mudanças nas atitudes ou apenas nas ações. Pessoas que são alvo de cobranças podem mudar o comportamento para se sentir livres e manter atitudes descompromissadas, uma vez que não se mudam valores e princípios apenas com cobranças. Nesse caso, a pessoa muda as ações, mas tão logo se sinta livre das pressões volta a agir com o descompromisso de costume. É ilusão acreditar que alguém vai se comprometer porque foi cobrado. É preciso esclarecer que algumas pessoas têm compromisso somente consigo mesmas. Quando isso é inconsciente, agem como se desejassem envolvimento afetivo, mas entram em crise, ficam com dúvidas e se sentem sufocadas sempre que estão numa relação.

Pessoas assim são facilmente identificadas: mesmo sendo simpáticas e extrovertidas, têm poucos amigos. Não abrem a vida pessoal para os outros. Podem ser prestativas e atenciosas superficialmente, mas nunca estão disponíveis quando se precisa delas realmente. Tomam decisões sem considerar o efeito sobre os outros. Finalmente, você sabe que não há compromisso da pessoa com você quando pelo menos três destas condições são verdadeiras:

1) amigos e familiares seus agem de modo estranho e pouco afetivo com a pessoa, mesmo que esteja claro seu afeto por ela;
2) você nota que há divergências entre você e a pessoa quanto ao status da relação;
3) não se fala em planos conjuntos para o futuro;
4) a pessoa te estimula a ter planos futuros, mas nunca se inclui neles nem se incomoda se você não a inclui em seus planos;
5) a pessoa faz planos futuros, mas não inclui você neles;
6) em situações sociais, suas ações expressam a relação afetiva, enquanto as açõs da pessoa expressam amizade;
7) você passa por momentos críticos e não tem liberdade para pedir o apoio dela;
8) você frequentemente tem dúvidas sobre o compromisso que a pessoa tem com você.

Acreditar



"Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e benefício de todos, aceite-o e viva-o."

(Buda)

domingo, 13 de março de 2011

Á flor da pele



Que dizer, meu amor,
da noite que se fez dia
sob a luz do teus olhos?
se o amor se fez poesia
pelo toque de tuas mãos
e se eu, mulher, fui tua
por minutos eternos
de pura paixão?
Quero-te meu homem
pra saciar a minha fome
de viver e de novo ser
tua (só tua) mulher

(Ariadna Garibaldi)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Propaganda



Só para matar a curiosidade, essa é a tal propaganda que falei do post anterior. Puxa vida! Foi só assistir que eu quero comer de novo a tal pipoca com guaraná...

Até mais, gente! vou lá na padaria. Beijos!!!!!

Brincando de Samara



Hoje, meu amigo, Alexandre, que sempre me coloca para cima, alto astral e positiva, enviou-me esse video. Achei muito engraçado e sinceramente, eu penso que novelas, filmes, seriados, muitas fazem com que nós criemos medos em nossas mentes.

O poder da TV e da telona é impressionante!!!!!

Eu me lembro uma vez de uma propaganda que falava sobre o Guaraná Antártica. Vinha aquela imagem da garrafa de guaraná molhada passando na sua frente e, em seguida, aparecia um balde de pipoca pulando na frente. A musiquinha eu nunca me esqueci mais: "Pipoca na panela, começa a arrebentar. Pipoca com sal. Com sede que dá! Pipoca e guaraná. Que programa legal!...".

Caramba, eu vi a propaganda com a boca aberta. Que imagem! Que pipoca pipocando na minha vontade. De repente... não mais que de repente... estava eu indo para a padaria comprar o danado do guaraná e o milho para fazer a pipoca. E eu nem estava com fome, hein?

Aí, anos depois, eu me deparo com o filme O CHAMADO. Olha, depois daquilo eu não dormi. Tocava o telefone e eu gelava. Suava frio, queria minha mãe, meu pai, Jesus, seja lá quem fosse, mas sozinha em casa eu não ficava com medo da Samara.

Hoje, eu vi esse video e pensei: "Como criamos as coisas na nossa mente, não é?". Vendo o video, se não fosse a maldita da Samara, naquele corredor que aparece no video, havia só uma garotinha. Mais nada. Mas quem mandou ver O CHAMADO?

Só sei que depois do filme, eu precisei de sete dias para me recuperar... o tempo que ela levava para matar as pessoas, a danada me matou de susto.

Fernando Pessoa





Não se acostume com o que não te faz feliz. Revolte-se quando julgar necessário.

Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.

se achar que precisa voltar, volte!

Se perceber que precisa seguir, siga!

Se estiver tudo errado, comece novamente.

Se estiver tudo certo, continue.

Se sentir saudades, mate-a.

Se perder um amor, não se perca!

Se o achar, segure-o, não o deixe ir embora!

terça-feira, 8 de março de 2011

domingo, 6 de março de 2011

Cisne Negro - Black Swan





A simples menção do nome Darren Aronofsky faz qualquer cinéfilo tremer de excitação. Com apenas cinco longas no currículo, o diretor americano nascido no Brooklyn já possui uma sólida carreira de prestígio quase incontestável entre público e crítica. Depois de levar o Leão De Ouro por seu trabalho anterior, “O Lutador”, Aronofsky retorna com uma obra que aborda a fragilidade da mente humana e a perturbadora ambição que a move em busca de um sonho. “Cisne Negro”, que já acumula mais de 20 prêmios ao redor do mundo, além de concorrer em cinco categorias no Oscar 2011, é um misto de sonho e realidade que surpreende, assusta e seduz.

Desde o início é possível deduzir no que o filme se tornará no decorrer de sua trama: um pesadelo. Ambientado nos bastidores do prestigiado New York City Ballet, a trama gira em torno de Nina (Natalie Portman, aposta certa para o Oscar de Melhor Atriz), uma bailarina que se vê diante da chance de interpretar o papel principal em uma montagem de “O Lago dos Cisnes”, de Piotr Ilitch Tchaikovsky.

Insegura e sem amigos, Nina vive exclusivamente para a dança, sempre limitada à superproteção de sua mãe (a sumida Barbara Hershey, de “A Última Tentação De Cristo”). Pressionada por seu mentor e coreógrafo Thomas (Vincent Cassel, de “À Deriva”), Nina terá sua competência posta em xeque: sua fragilidade comprometeria a interpretação do papel que almeja, a Rainha dos Cisnes, visto que teria que interpretar simultaneamente o cisne branco (símbolo da pureza e ingenuidade) e o cisne negro (metáfora para a malícia, sensualidade e maldade).

O pesadelo da bailarina toma forma na figura de duas colegas de profissão: a veterana Beth (competente aparição de Winona Ryder), que foi forçada a abandonar a equipe por conta da idade, e a novata sedutora Lily (impressionante atuação de Mila Kunis, da série “That 70′s Show”). Enquanto Beth ilustra passado e futuro, Lily personifica o inimigo interno de Nina no presente.

Na busca pela perfeição e na tentativa de provar a Thomas que é capaz de expor seu lado mais selvagem, Nina é conduzida de tal forma pelo papel que interpreta que não consegue perceber os limites entre sonho e realidade, que começam a definir sua vida. Aos poucos, seu destino se sobrepõe ao enredo de “O Lago Dos Cisnes”. Seu lado negro, exemplificado pela essência de sua feminilidade, aflora e toma conta de sua personalidade sem que ela consiga controlá-lo. Dá-se inicio a uma metamorfose (física, mental, imaginativa, real, ou todas ao mesmo tempo) que conduzirá a protagonista a conflitos que levarão, personagens e platéia, a um destino perturbador.

Natalie Portman, a alma do filme, brilha grandiosamente neste papel que lhe exigiu esforço intenso em conhecimento, aprimoração e domínio das técnicas de dança. Foram quase 12 meses de preparo para que a atriz conseguisse expor, de maneira plausível, o retrato de uma bailarina devorada pela ambição. A atriz, que já havia sido indicada ao Oscar pelo seu papel coadjuvante em “Closer – Perto Demais”, dificilmente sairá da cerimônia deste ano sem a estatueta de Melhor Atriz em mãos. “Cisne Negro” concorre ainda nas categorias de Melhor Filme, Diretor, Fotografia e Edição – reconhecimento mais que merecido. Lamenta-se apenas a Academia não ter indicado a avassaladora atuação de Mila Kunis como coadjuvante.

Aronofsky arquiteta uma trama de padrões narrativos complexos, cujo ritmo é determinado pela constante mudança entre sonho e realidade, que tornam o filme uma experiência sensorial inebriante. O estilo visual de “Cisne Negro” se molda por cortes rápidos, movimentos vertiginosos de câmera e close-ups espetaculares que promovem uma assombrosa harmonia entre o que se vê, o que se ouve e o que se sente na tela.

Enquanto os olhos são paralisados pela beleza da composição cênica (principalmente a cena em que Nina dança e se “transforma” em cisne), os ouvidos são tomados pela penetrante trilha sonora – que utiliza trechos da peça de Tchaikosvky, música eletrônica dos Chemical Brothers e as composições de Clint Mansell, parceiro tradicional de Aronofsky.

É possível sentir na pele cada arranhão, cada sangramento, cada ferida a cicatrizar no corpo da personagem. À medida em que cresce a paranóia de Nina, cresce o interesse do espectador pelo desfecho da trama.

Ao optar por elucidar as artimanhas do roteiro através de imagens e não por palavras, como usualmente acontece em Hollywood, o diretor convida o público a apreciar a loucura e a sensatez de sua protagonista sem propor julgamentos. “Cisne Negro” é construído sobre a ambiguidade e reside aí seu maior atrativo. Darren Aronofsky monta espelhos e materializa ilusões que promovem excitação, curiosidade, medo e angústia a quem se propor imergir completamente em sua história. Cenas que se mostram inofensivas revelam-se brutais e momentos de extremo impacto psicológico acabam por prestar-se inspiradores.

Depois da recepção morna do fantasioso “A Fonte Da Vida” (2006) e de toda a badalação em torno de “O Lutador” (2008), o cineasta adota um estilo narrativo que aproxima “Cisne Negro” de seus primeiros trabalhos: assim como em “Pi” (1998) e “Requiem Para Um Sonho” (2000), o espectador não conseguirá sair indiferente ao final da sessão. Seja pelo impacto do desfecho, seja pela pressão psicológica compartilhada com os personagens, o lado branco ou o lado negro do cisne interior que cada um carrega em si será convidado a se manifestar.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Verdades



Apesar de termos em comum a condição humana, em toda a sua grandeza e fragilidade, somos, cada um de nós, expressões únicas e especiais da existência. Quanto mais nos mantivermos conscientes deste fato, mais imunes estaremos às comparações e tentativas de nos igualar aos outros, ou às pressões que buscam fazer-nos seguir caminhos diversos daqueles determinados por nossa essência interior.

Resistir a estas pressões nem sempre é fácil, especialmente na infância e adolescência, quando a consciência de quem de fato somos ainda não está formada, e, por isso mesmo, dependemos da aprovação externa para nos sentirmos alguém de valor.
Por essa razão, muitos chegam à idade adulta ainda carregando esta obsessiva necessidade de reconhecimento, seja ela consciente ou não. Encontrar a própria verdade e saber reconhecê-la exige coragem e um olhar atento para nosso próprio interior.

Somente ele pode nos revelar qual é a nossa verdade, do que realmente precisamos para sermos felizes e o que pode ser descartado porque não passa de ilusão, algo em que durante muito tempo acreditamos, mas que nos foi imposto pelo mundo como sendo o melhor.

Respeitar a verdade de cada um é um aprendizado valioso, sem o qual jamais conseguiremos construir um mundo de paz, pois o amor e a harmonia só podem brotar onde estiverem presentes a compaixão e a solidariedade.

Há "verdades" e "verdades". Cada um tem a sua. Cada ser humano pensa e age diferente. Cada um tem usa história e experiência de vida. As visões são diferentes e é isso que torna o que somos: indivíduos.

O que tenho visto ultimamente são pessoas impondo suas verdades umas ás outras e até sendo agressivas para que suas verdades sejam ouvidas e aceitas como a VERDADE ABSOLUTA.

De fato, sermos verdadeiros implica em muitas coias e a primeira delas é termos respeito pela verdade do outro. Temos que saber expressar nossas verdades sem ferir o outro ou pressioná-lo a seguir nossa visão de mundo e das situações que vivemos.

Verdade sem afeto é crueldade. É necessário sermos verdadeiros sim, mas temos também que ter controle da nossa língua e entender se o outro está mesmo preparado parfa ouvir as nossas verdades. O modo como se fala dever ser pensado um milhão de vezes. Uma verdade imposta, em muitos casos, torna-se acusação. A pessoa verdadeira, sem bondade, além de oferecer somente o NÃO, falta ao respeito com os outros. Ultrapassa o limite e força uma situação.

Pessoas que sempre querem que suas verdades sejam ouvidas e seguidas acima de tudo não se importam com os sentimentos dos outros. Dane-se o outro! A falta de respeito é tamanha que essas pessoas, geralmente, se tornam donas da verdade, não escutam, não aceitam e agridem quem está perto. É triste conviver com isso. É penoso!

Vejo que o ser humano, hoje em dia, deixou de conhecer e respeitar o outro. A percepção do outro e seus limites não existe mais. Deu-se lugar a intolerância. Meu pai dizia que em poucos encontros podemos saber quem é o outro, com quem vamos nos relacionar. Trata-se da percepção. Uma frase, um gesto e o modo de falar já nos mostra quem o outro é. Muitas vezes, são nas pequenas coisas que percebemos os valores do outro, ou a falta deles.

Conhecer alguém é um exercício grandioso de ouvir, perceber, enxergar e respeitar. Nós nos conhecemos através do convívio com as pessoas, com as dificuldades e alegria que a vida nos traz como experiência. O que houve que não conseguimos mais respeitar os limites e sermos mais tolerantes?

Acho que tem faltado amor. Amor é verdade, mas não uma verdade imposta. Amor é uma verdade que aceitamos de bom grado. E por que não aceitamos isso? Tolos somos, não?

Complicamos demais uma equação simples.