sábado, 1 de janeiro de 2011

Reencontro em Barsaloi


"Sei que não dará um passo na minha direção. De acordo com a tradição, não é próprio que um smburu vá ao encontro de uma mulher. Por isso aproximo-me dele debaixo do olhar incoveniente das pessoas que nos rodeiam. A minha cabeça está oca. Não consigo pensar em nada, ouço apenas o bater do meu coração. Estes poucos metros parecem-me intermináveis."

"Reencontro em Barsaloi" é o regresso de Corinne Hofmann à sua família queniana. Catorze anos depois de ter fugido com a filha do Quénia, abandonando o guerreiro Massai com quem casara, Corinne retorna a Barsaloi, a aldeia onde viveu três anos numa «manyatta», uma cabana feita de madeira e de excrementos de vaca, como primeira mulher de Lktinga.

O livro vendeu mais de 4 milhões de exemplares na Alemanha, Aústria e Suíça e foi traduzido para 23 línguas.
Embora insegura em relação ao modo como vai ser recebida pelas pessoas da aldeia e pela família que deixou para trás, Corinne é acolhida calorosamente, como se os anos não tivessem passado. Para Lktinga esta empresária suíça que abdicara de tudo para se casar com ele continua a ser a sua principal mulher. Em colaboração com a editora Corinne apoia financeiramente a sua família queniana.
Catorze anos depois de ter fugido do Quénia com Napirai, a filha que teve de Lketinga, Corinne Hofmann regressa a Barsaloi para um reencontro com o ex-marido e a família queniana. O momento é de grande tensão, mas a autora revela uma vez mais toda a sua coragem e força interior, vivendo intensamente o seu regresso a África. A continuação dessa história de amor é também uma reflexão de Corinne acerca das dificuldades da vida no mato queniano, a política africana e o intenso fascínio que o Quênia ainda exerce sobre ela.
"...Perguntas inquietantes assaltam-me o espírito. Como irei encontrar a minha antiga casa? O que restou dela? O que mudou? Será que o progresso e o ritmo de vida frenético, que em parte lhe está associado, já alcançou o Quénia ao ponto de não conseguir reconhecer as pessoas e a aldeiazinha Barsaloi no norte? Há catorze anos, só existia a Missão, cerca de oito casinhas de madeira, a nossa loja em tijolo e algumas manyattas, as habitações tradicionais dos Samburu, circulares e revestidas de estrume. Durante o vôo recordo incessantemente as pessoas que não tornei a ver. A minha querida sogra, que até hoje muito respeito, Lketinga, o homem com quem era casada, James, o seu irmão mais novo, Saguna e muitos outros..."

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