quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Corinne Hoffmann






Corinne Hofmann nasceu em 1960 em Frauenfeld, no cantão Thurgau, filha de mãe francesa e de pai alemão. Antes de partir para o Quénia, tinha uma loja de roupa na Suíça. Quando voltou, escreveu The White Masai (traduzido para inglês em 2005), que vendeu mais de 4 milhões de exemplares na Alemanha. O livro foi adaptado para o cinema pela realizadora alemã Hermine Huntgeberth e estreou no Festival de Cinema de Toronto a 14 de Setembro de 2005. Corinne escreveu ainda duas continuações do primeiro livro: Back from Africa e Reunion in Barsaloi. Hoje, vive confortavelmente no Lago Lugarno com a sua filha, Napirai, de 17 anos.

A massai branca - o filme




A Masai Branca, o filme

Com o terceiro livro, Corinne ficou mais famosa do que já era, seus livros vendem como água e muitas pessoas tornaram-se fã da autora. Daí, o convite para transformar sua história em filme foi consequência. Eu o vi ontem e o adorei. Estou realmente encantada pela história. A escolha dos atores foi fabulosa. Jacky Ido (Bastardos Inglórios) está perfeito no papel de Lemalian (Lketinga). A diretora teve o cuidado de passar a história de Corinne com muita delicadeza e suavidade nas cenas de intimidade dos personagens principais, sendo em alguns momentos até poético esse amor. O DVD é duplo contendo o Making Of, entrevistas e fotos do arquivo pessoal de Corinne. Vale muito a pena.

A Massai Branca - Die Weisse Massai



A Masai Branca, de Corinne Hofmann, é um dos livros mais envolventes e uma das biografias mais incríveis que já li.

A história real conta a saga da suíça que durante uma viagem ao Quênia com seu namorado, apaixona-se perdidamente por um guerreiro da tribo Massai, por quem decide largar toda a sua vida no primeiro mundo, incluindo seu negócio, sua família, sua rotina, sua estabilidade e seu namorado, em nome dessa paixão avassaladora.

A certeza e a perseverança de Corinne sobre a intensidade e a veracidade desse amor faz com que ela lute com todas as suas forças em busca da felicidade.

Porém, os desafios que ela enfrenta vão além de tudo o que eu poderia imaginar. Além de não falarem a mesma língua e de terem costumes completamente diferentes, as condições de vida, as doenças e alimentação da tribo fazem com que Corinne passe por momentos ruins, chegando inclusive à beira da morte mais de uma vez.

Beber sangue, andar quilômetros para tomar banho, não ter nada nem parecido com banheiro, sobreviver a cinco malárias e ainda ver meninas sendo mutiladas quando entram na puberdade são só alguns dos obstáculos que ela enfrenta para tentar viver esse amor.

Corinne escreve muito bem e faz com que o livro, que já possui uma história capaz de aguçar a curiosidade de qualquer um, seja devorado em poucos dias pelos leitores ávidos pelo desfecho da trama, que vai ficando cada vez mais angustiante e densa.

*****

Trilogia

E, para quem pensa que a história da vida de Corinne Hofmann termina com o final de A Massai Branca, aí vai um toque importante: é uma tri-lo-gia!

Depois de escrever A Massai Branca, que vendeu milhares de exemplares no mundo inteiro, a escritora resolveu escrever um segundo livro, "Back from África", que conta a história de sua vida de volta à Suíça, o que já faz o leitor perceber que a história de amor de Corinne terminou (já que contei isso, vou contar também que o relacionamento de Corinne e Lketinga durou cinco anos). E, depois, vem o "Reunion in Barsaloi", que conta em detalhes (e com fotos!) a visita, depois de 14 longos anos, de Corinne a sua família queniana! Os dois outros livros ainda não foram traduzidos para o português.

Sim, eu li os três! E não há em português os dois últimos disponíveis. Mas para quem acha que ficará difícil ler em inglês, aqui vai uma dica: Tente, pois o inglês não é técnico e está de fácil entendimento para quem sabe inglês no nível intermediário.

Negar o que sente



Somos ensinados desde pequenos que demonstrar o que sentimos é sinal de fraqueza, ou seja, aprendemos que devemos reprimir as lágrimas que insistem em cair pelo nosso rosto, a angústia em nosso peito, a dor em nosso coração. Se alguém nos ferir seja com um tapa ou uma palavra, aprendemos que devemos reagir como se nada tivesse acontecido.

Tudo aquilo que não conseguimos verbalizar ou externalizar, nosso corpo o faz de uma maneira muito sábia, ou seja, podemos adoecer como um sinal dizendo que algo dentro de nós não está bem. Podemos também ter pesadelos terríveis, como forma de expressar mensagens inconscientes e elaborar e conscientizar aquilo que foi sentido, porém negligenciado.

A freqüente e constante negação dos sentimentos faz com que estes se acumulem dentro de nós e se transformem em angústia, vontade de chorar sem saber por que, aperto no peito, noites sem dormir, irritação constante com tudo e com todos, tudo isso porque não consegue identificar o que sente e na maioria das vezes, não busca entender o que acontece internamente porque muitas vezes nem sabe como deve fazer.

Comece jogando fora cada crença que te fizeram acreditar que o que sente não tem valor ou que não pode e nem deve ser demonstrado. O que você tem na vida que não pode ser roubado, levado por ninguém e dinheiro algum consegue comprar? Um minuto para pensar...

O tesouro mais precioso e valioso que você tem são os seus sentimentos. Existe algum valor em dinheiro que possa comprá-lo? Alguém pode tirar de dentro de você se não quiser? Então, como podemos não valorizar ou ignorar algo tão sagrado? Simplesmente não podemos, mas fazemos. Ou melhor, você fazia até ler este artigo. Você até sentia em seu íntimo que algo estava errado, que o que sentia dentro de você era muito forte e que deveria receber mais atenção.

Mas como ir contra o que ouviu tantos anos e de tantas pessoas? E assim você foi ignorando, negando, fazendo que nada sentia, e a angústia aumentando. É assim também que vamos nos afastando de nós mesmos. Quanto mais se afasta do que sente, mas estará se afastando de você.

Isso gera muitos conflitos internos. Ao negar o que sente, nega também sua intuição, aquela vozinha interna que sabe muito bem que caminho deve seguir. Ao negar sua intuição é como se sua mente recebesse uma mensagem de que você não é digno de confiança e com isso sua autoconfiança diminui cada vez mais. Assim, surge a insegurança, as dúvidas, o medo, afetando as relações afetivas e até as relações profissionais.

Você ama quem você não conhece? Com certeza não. Você confia em quem não conhece? Também não. Você ama alguém? Creio que irá responder que sim. Você se ama? Mais ou menos? Como você pode dar amor se não tem nem para si mesmo? Só podemos dar aquilo que temos. Só amamos e confiamos em quem conhecemos e só podemos conhecer alguém mantendo um diálogo com essa pessoa. É o que você deve fazer com você mesmo, para aumentar seu autoconhecimento e começar a se amar.

Comece conversando consigo mesmo para identificar o que sente. Se você não está feliz, aproxime-se de seus reais sentimentos e respeite acima de tudo cada um deles. Pergunte-se o que te faz infeliz, o que te faz alegre e analise. Você sentirá um alívio imediato, ainda que sejam sentimentos que possam machucá-lo, pois quando lidamos com a verdade fica mais fácil saber o que devemos manter dentro de nós e o que devemos jogar fora. Cada vez que você passa por cima do que sente, está esmagando o que tem de mais valioso e isso pode dar o direito de outras pessoas fazerem o mesmo com você, e isso te fará sofrer cada vez mais.

Lembre-se: "Não podemos amar ninguém mais do que nos amamos e não podemos receber amor de alguém, enquanto não recebermos o nosso próprio". Acredite, isso faz toda a diferença!

Eu sei bem disso...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Tantra and Love



Sei que já coloquei esse video no blog, mas senti que deveria colocá-lo novamente.

Beijos!

"Become loving. When you are in the embrace, become the embrace. Become the kiss. Forget yourself so totally that you can say, "I am no more. Only love exists." Then the heart is not beating, but love is beating. Then the blood is not circulating, but love is circulating. Then eyes are not seeing, love is seeing. Then hands are not moving to touch, love is moving to touch. Become love and enter everlasting life. Love suddenly changes your dimension. You are thrown out of time and you are facing eternity. Love can become a deep meditation, the deepest possible. Lovers have known sometimes what saints have not known."
(Osho)

Love is Karma

This is the essence of Tantra

Karma is created from our thoughts and actions

These result in our experiences

So the love we give and receive is the direct result of our thoughts and actions

To have love, we must first choose loving actions

Oração da Sabedoria



Senhor, dá-me a esperança paar vencer minhas ilusões.

Plantai em meu coração a semente do amor.

E ajuda-me a fazer feliz o maior número de pessoas possível, para ampliar seus dias risonhos e resumir as noites tristonhas.

Transforma meus rivais em companheiros, meus companheiros em amigos e meus amigos em entes queridos.

Não me deixes ser um cordeiro perante os fortes e nem um leão diantes dos fracos.

Dá-me o sabor de saber perdoar e afastai de mim o desejo de vingança.

Senhor, ilmuninai meus olhos para que eu veja os defeitos de minha alma e vendai-os para que eu não comente os defeitos alheios.

Senhor, levai de mim a tristeza e não a entregueis a mais ninguém.

Enchei meu coração com a divina fé, para sempre louvar o vosso nome e arrancai de mim o orgulho e a presunção.

Deus, fazei de mim um ser humano realmente justo.

Nós aprendemos...



Estive pensando muito sobre os dois últimos anos e percebi que não fiz outra coisa a nãos ser correr atrás do fim do arco-íris. Não há pote de ouro no fim do arco-íris e nem fim o danado tem.

Ilusões todo mundo vive umas vezes na vida. Nós temos a mania de inventar na nossa cabeça que tudo é para sempre, que os amores deveriam ser para sempre e que a pessoa amada tem a obrigação de ficar conosco. Não tem. A pessoa que amamos é livre para ir embora quando ela quiser e sendo assim, ela nos torna livres também... livres de uma relação que talvez não iria dar certo por variados motivos e o mais comum deles: as duas pessoas vivem momentos diferentes e não sabem lidar com isso.

Hoje em dia eu vejo que as pessoas não têm muita paciência uma com as outras, não sabem compreender o outro além de si mesmas, não sabem ser indulgentes, e por fim, não sabem amar de verdade.

Eu hoje aprendi que devo colocar a minha espada na bainha, parar de lutar uma guerra que não é minha e ser feliz. Eu aprendi a me amar primeiramente... eu aprendi que sou livre, finalmente!

Beijos, meus queridos!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Decepções, ingratidão, afeições destruídas



Hoje, logo no início do dia, eu estava deitada na cama, quando refletindo sobre muitas coisas da minha vida e cansada de algumas situações, olhei para o lado e na cabeceira havia um livro. Peguei-o e abri numa página aleatória e ali estava a seguinte mensagem:

"Para o homem de coração, as decepções oriundas da ingratidão e da fragilidade dos laços da amizade são também uma fonte de amarguras. Porém, deveis lastimar os ingratos e os infiéis: serão muito mais infelizes do que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta topará mais tarde com corações insensíveis, como o seu próprio o foi.

Lembrai-vos de todos os que hão feito mais bem do que vós, que valeram muito mais do que vós e que tiveram por paga a ingratidão. Lembrai-vos de que o próprio Jesus foi, quando no mundo, injuriado e menosprezado, tratado de velhaco. Seja o bem que houverdes feito a vossa recompensa na Terra e não atenteis no que dizem os que hão recebido os vossos benefícios. A ingratidão é uma prova para a vossa perseverança na prática do bem; ser-vos-á levada em conta e os que vos forem ingratos serão tanto mais punidos, quanto maior lhes tenha sido a ingratidão.

As decepções oriundas da ingratidão não serão de molde a endurecer o coração e a fechá-lo à sensibilidade. Porquanto o homem de coração, como dizes, se sente sempre feliz pelo bem que faz. Sabe que, se esse bem for esquecido nesta vida, será lembrado em outra e que o ingrato se envergonhará e terá remorsos da sua ingratidão.

Mas, isso não impede que se lhe ulcere o coração. Ora, poderá nascer-lhe a idéia de que seria mais feliz, se fosse menos sensível, se preferir a felicidade do egoísta. Triste felicidade essa! Saiba, pois, que os amigos ingratos que os abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou a respeito deles. Assim sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido. Mais tarde achará outros, que saberão compreendê-lo melhor. Lastimai os que usam para convosco de um procedimento que não tenhais merecido, pois bem triste se lhes apresentará o reverso da medalha. Não vos aflijais, porém, com isso: será o meio de vos colocardes acima deles.

A Natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Dá-lhe ela, assim, as primícias da felicidade que o aguarda no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta."

Temos o afeto que damos



“O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses”

A necessidade essencial do ser humano é a afetividade – fonte de vida e equilíbrio, saúde e sanidade. Sem ela a criatura se estorcega na dor da carência emocional.

O mundo em que vivemos, em ambas esferas de movimentação, tem sido palco das mais lamentáveis “tragédias de amor”... Qual seria em síntese a causa das grandes lutas atuais nos relacionamentos afetivos? Que estaria pro traz das amargas desilusões daquelas “promessas encantadas”, nos consórcios felizes dos primeiros encontros entre dois corações?

Sem refletirmos sobre o egoísmo não conseguiremos entender com clareza a natureza das provas do coração, nas quais se envolvem esmagadoras percentagens da humanidade terrena.

Um dos mais punitivos resultados da personalidade egoísta que tecemos, em milênios de desvarios, é o hábito de exigir da vida o que a ela não damos, lesando a nós próprios com os efeitos infelizes das cobranças e expectativas absurdas.

O egoísmo pelo qual optamos na fieira evolutiva nos consome com pesados tributos. Em razão disso, perante as mágoas não temos força para perdoar. Por sua causa não sabemos conviver pacificamente com os desapontamentos e a frustração e, ainda, através de sua sanha perturbadora, somos constrangidos a lamentáveis dependências nas relações afetivas para aquisição do que acreditamos ser segurança e realização.

Devido às mágoas e às contrariedades do caminho, o egoísmo pode singrar a alma com a irritação e o desânimo. Devido às dependências, o egoísmo pode conduzir-nos ao despenhadeiro da tormenta mental e da devassidão.

Alguns casais conseguirão passar uma existência inteira como escravos do processo de exigência do amor um do outro, habituam-se a dar o que um cobra do outro e avançam para uma união sustentável, conquanto pouco educativa e extremamente simbiótica, não permitindo a autonomia que enobrece e liberta.

Nas entranhas desses relacionamentos, com raríssimas exceções, constata-se a nociva tendência de cultivar elevadas expectativas com os que nos cercam nas vivências afetivas. Espera-se sempre ser amado com extrema devoção e escravidão, como se isso fosse a garantia de uma relação saudável e duradoura ou, ainda, o sinônimo de fidelidade e amor. Criam-se então muitas máscaras com o nome de “provas de amor”, capazes de sustentar as exigências um do outro somente pelo tempo em que durar os ESTÍMULOS DA PAIXÃO, que iludem e insuflam um “estoque temporário” nos mecanismos da afetividade. Quando um “estoque” de um dos dois exaure, se o par não dispõe de habilidades emocionais autênticas, distantes do sentimentalismo fugaz, não encontrará recursos para vencer crises e desafios naturais da caminhada, tombando nos leitos dolorosos da decepção e da ofensa, tornando-se presas fáceis das velhas armadilhas do coração – expressões sutis do egoísmo!...
Infidelidade e separações, desencanto e fuga originam-se da incapacidade humana de gerir seus sentimentos em direção ao fenômeno psíquico e emocional da desvinculação. Raramente escapam os cônjuges dessa amarga realidade da convivência amorosa. Somos herdeiros da indiferença com a qual arquivamos na subconsciência infinitos desvios da vida afetiva, e lesamos os nossos centros da sensibilidade sediados no corpo espiritual. Hoje, retomando o carreiro físico socorridos pela Luz do entendimento, somos convocados ao reajuste do nosso mundo sentimental e, para isso, teremos que aprender a carregar o “peso dos reflexos” da insegurança e da solidão, da dependência e do medo, que nada são mais do que mutações reeducativas do afeto.

O elenco das chamadas incompatibilidade, com o qual o homem procura explicar suas “alterações afetivas”, nada mais são, igualmente, que provas que a vida devolve na pessoa do outro para nossa recuperação perante a consciência. A questão da sexualidade, nesse panorama, habitualmente é vista como a causa mais provável e justa para as infelicidades da vida a dois, razão pela qual convém-nos refletir com mais profundidade no tema.

O prazer sexual é ago inerente à caminhada espiritual humana, constituindo uma necessidade bio-psíquica do ser. Graças aos aleives cometidos no ontem, poucas vezes vamos escapar dos tormentos nessa área com aqueles que assumimos os compromissos de uma vida afetiva. Por esse motivo, o casal que queira vencer as aferições essenciais nessa prova deverá aprender a suprir, com companheirismo e trabalho edificante, os sopros indesejáveis da traição ou desistência que são desferidos pela mente, quando em desalinho.

Justificar uniões interrompidas em razão de tais desacertos ainda é flagrante expressão de egoísmo dominante. Muitos relacionamentos que usufruem ricos prazeres corporais de sexualidade, se não constroem carinho e interesse VERDADEIRAMENTE ALTRUÍSTA (O VERDADEIRO, VIU), também sofrerão, a seu turno, os lances da incompatibilidade por outras razões. Satisfação sexual, por si só, não é garantia de saúde nos empreendimentos afetivos.

Observa-se, mesmo entre aqueles que foram iluminados pela Sabedoria, o abandono fragoso perante paixões que irrompem repentinas nos velhos testes do “triângulo amoroso”. Nesses quadros, freqüentemente constata-se que muitos companheiros analisam suas provas exclusivamente sob o enfoque da carência sexual, em razão das limitações que um dos dois apresenta para respostas satisfatórias e estimulantes. São as “provas afetivas”, cujo cerne é do desafio de transformar as decepções em relações de respeito e legítima fraternidade, no triunfo sobre o narcisismo que nos consome há tempos.

Entretanto, poucos são os que se dispõem ao triunfo ante tais aferições da vida. A “filosofia descartável” atingiu inclusive as relações. Estamos desistindo muito facilmente uns dos outros. Seja o motivo que for, estamos desistindo.

Mecanismos mentais, parcialmente conhecidos pelas ciências psicológicas desse planeta, são capazes de criar “ilusões perfeitas”, com as quais corações desatentos permitem-se continuar prisioneiros do ego, quando em verdade, são chamados ao testemunho da liberdade, da caridade para com o outro. Casos existem nesse setor em que a criatura é capaz de arquitetar “inconscientemente” uma traição do outro, para que possa encontrar um álibi consciencial para sua traição – sutil processo de fuga com tentativa de se absolver.

Ante de recriar as relações só pode fazer parte da vida de quem descobriu que o afeto se tem é somente aquele que se dá.

A grande meta dos investimentos afetivos é o desenvolvimento da amorosidade, ou seja, as atitudes que decorrem da alegria e do entusiasmo em fazer a felicidade de quem está ao nosso lado, esquecendo, se necessário for, das nossas expectativas.

O desejo em ver o outro feliz é a alma dos relacionamentos duráveis e educativos. A alegria com o bem-estar alheio é o “cravo da morte” no egoísmo infelicitador. O carinho e a ternura, o gosto de servir e o diálogo com lídimo ato de diversão são alguns medidores do afeto verdadeiro, quando vicejam espontaneamente entre os pares.

Só temos o amor que damos, porque experimentamos no corpo e na alma as benesses de seu quimismo. O amor que esperamos, embora justo, quase sempre termina na loucura e tédio, decepção e cobrança.

domingo, 5 de dezembro de 2010

As razões de cada um



"Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa"

A subjetividade é um capítulo admirável da ética quando enfocado sob o ângulo da formação de juízos morais. As razões humanas para explicar as próprias atituddes são algo inerente à individualidade de cada ser. Mesmo os perversos encontram "motivos justos" para suas ações, nas justificativas pertinentes a seus raciocínios egoístas.

Juízos éticos sempre serão subjetivos e, por isso mesmo, não constituem bons argumentos para fundamentação de defesas a medidas e projetos que visem colaborar na restauração da reorganização de nossa Seara. Assinalar condutas morais de pessoas ou instituições, como base para propor mudanças, é fragilizar nossas disposições de cooperar, porque penetramos um campo essencialmente individual e inacessível. E mais a mais, julgar é concluir veredictos sobre o comportamento alheio, no qual, quase sempre, falhamos.

Juízes eminentes declaram sentenças injustas, conquanto se preparem para não fazê-las, e a maioria de nós, na rotina das relações, costumamos emitir sentenças e pareceres pelo hábito de criticar e analisar defeitos dos outros, sem qualquer sintonia com a verdade sobre tais pessoas, ou apenas analisando-as superficial e parcialmente.

O fato de cada individualidade ter suas razões é motivo com sobras para que respeitemos cada qual em seu patamar, o que não significa tenhamos que concordar e adotar passividade ante suas movimentações. Aqui penetramos em un dos mais delicadod tópicos do relacionamento interpessoal, em nossos ambientes de reeducação espiritual: a convivência pacífica e construtiva frente à diversidade de opiniões, entendimentos e posturas.

A tendência marcante de nossa personalidade é estabelecer idéias pré-concebidas, expectativas mal dimensionadas e estereótipos sobre as ações alheias, e, mesmo quando nosso julgamento é pertinente, preferimos a referência mordaz e o destaque para a parte menos construtiva a ter que conjeturar, em clima de indulgência e misericórdia, sobre as motivações que ensejaram os comportamentos alheios.

Somos, comumente, escravos do nosso próprio orgulho que procura defeitos nos outros para tentar fazer-nos melhores. Entretanto, o próximo é espelho de nossos valores e imperfeições, e, quando lhe destacamos uma deficiência, precisamos voltar-nos para a intimidade e descobrir nosso elo de atração com a questão em pauta; isso será um verdadeiro exercício de autodescobrimento.

A dificuldade consiste em redimensionar nosso milenar costume de ver o "cisco no olho do outro e não perceber a trave no nosso" (citando Mateus, 7:3 a 5)

Um bom princípio para a reeducação de nós mesmo será o cultivo do sentimentos de piedade e compreensão para com todos. Mentarlizar-nos, todos, em um só barco com a presença de um Mestre conduzindo-nos pelas tempestades de nossas extensas carências espirituais, e jamais deixar de recordar que estamos em patamares variados de crescimento.

Isso exige-nos o vínculo com a atitude de alteridade, ou seja, o reconhecimento da diferença, da distinção da qual o outro é portador, a fim de nutrirmos constante indução mental na formação do hábito de respeitar as diferenças no modo de ser de cada qual.

As defesas apaixonadas no campo dos julgamentos morais têm feito muito mal ao nossos ambientes de amor. Conquanto muitas vezes sejam verdadeiros, devemos aprender com o maior Mestre que já houve na Terra, Jesus, como externá-los para não ferir e conturbar. Saber apresentar discordâncias e falhas é uma arte da qual temos muito ainda a aprender.

Lembremos o episódio inesquecível da mulher adúltera para termos uma noção lúcida sobre como se portar frente à verdade dos que nos cercam. Naquela oportunidade, Jesus não faltou com o corretivo e nem julgou-a; utilizando-se de um extraordinário recurso pedagógico, devolveu a subjetividade dos juízos à consciência de cada um através do pronunciamento "atirem a primeira pedra os que se encontrem isentos do pecado", e todos sabemos qual foi o efeito desse recurso na vida pessoal dos que ali se encontravam.

Nossa necessidadde de guardar idéias, em forma de juizos definitivos e inflexíveis sobre as criaturas, é o fruto do nosso orgulho. Nossos julgamentos manetas pecam pela ausência de bons sentimentos, pela parcialidade e, acima de tudo, pelas projeções que fazemos de nós mesmos.

A dificuldade de aceitação das pessoas como elas são, enquadrando-as em concepçoes e padrões definiddos pela nossa ótica de vida, precisa ser corrigida para ensejar um melhor nível de entendimento em nossa caminhada. A inaceitação chega a ser tão ostensiva que nos magoamos com facilidade com as ações que não correspondem às nossas expectativas, ainda que tais ações não nos prejudiquem. Devido a essas expectativas que depositamos em pessoas, ocorrem cobranças injustas e ofensas dilacerantes que só inspiram o revanchismo e invigilância.

Esse não deveria ser o nosso clima. E como ficam os princípios imortais que deveriam esculpir o nosso caráter?

Em verdade, o que temos entre nós são necessidades extensas nos terrenos da melhoria espiritual, sendo necessário compreender que ninguém faza o que faz para magoar ou no intuito de denegri. São hábitos arraigados contra os quais estamos em permanente batalha.

Virá o instante do entendimento, da complacência e da tolerância como veredas de esperança para um tempo melhor. A isso chamaoms união e fraternidade. Nessa hora, quando assentarmos à nossa mesa dispostos a contemplar a diversidade do outro e dialogarmos como irmãos de ideal, descobriremos, estupefatos, quão distantes da realidade se encontram nossos julgamentos, porque compreenderemos melhor quais eram as razões de cada um...

Paz a todos, meus queridos! Um bom dia a vocês!