terça-feira, 26 de abril de 2011

I want love - Elton John



Ouvi essa música e achei a letra muito interessante. Gostaria de compartilhar com vocês. Adorei o Iron Man, Robert Downey Jr. no clipe do Elton John. Parece até que a letra serviu para ele, apesar de encenar bem e ser um dos melhores atores atualmente, na minha opinião.

Quero Amar


Quero amar, mas é impossível
Um homem como eu, tão irresponsável
Um homem como eu está todo dilacerado
Outros homens sentem-se liberados

Não posso amar com tantas feridas
Não sinto nada, apenas frio
Não sinto nada, apenas velhas cicatrizes
Que vão endurecendo meu coração

Mas eu quero amar, de um jeito diferente
Quero um amor que não me decepcione
Que não me oprima, nem me prenda
Quero um amor sem grandes pretenções
É o amor que quero, quero amar

Eu quero amar do meu próprio jeito
Igual a tudo o que aprendi
Carrego uma bagagem pesada demais
Tenho enfrentado tanto movimento

Mas eu quero amar, de um jeito diferente
Quero um amor que não me decepcione
Que não me oprima, nem me prenda
Quero um amor sem grandes pretenções
É o amor que quero, quero amar

Então traga-o, já fui machucado
Não me dê um amor honesto e tenro
Estou preparado para o mais difícil
Sem um romance carinhoso, pra mim já bastou

Um homem como eu está todo dilacerado
Outros homens sentem-se liberados

Mas eu quero amar, de um jeito diferente
Quero um amor que não me decepcione
Que não me oprima, nem me prenda
Quero um amor sem grandes pretenções
É o amor que quero, quero amar

Mas eu quero amar, de um jeito diferente
Quero um amor que não me decepcione
Que não me oprima, nem me prenda
Quero um amor sem grandes pretenções
É o amor que quero, quero amar

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Trilha sonora de A Viagem de Chihiro

Uma das melhores trilhas sonoras de anime que eu já ouvi.






A Viagem de Chihiro




Não é uma história de criança. Hayao Miyazaki é mais profundo, embora suas personagens sejam crianças ou adolescentes, como na animação "Howl's moving Castle" - O castelo Animado.

A Viagem de Chihiro:

A família Ogino está de mudança para uma nova cidade. O casal, Akio e Yuko, está muito empolgado com a viagem. Mas, o mesmo não acontece com sua filha Chihiro, uma garotinha de 10 anos que está muito chateada por ter que deixar todas as suas lembranças e amigos de infância para trás. Nas mãos, ela carrega um buquê de flores, o último presente que ganhou antes de ir embora.

Chegando à nova cidade, o pai pega um atalho e a família acaba parando na frente de um imenso prédio vermelho, no qual um túnel infinito boceja como uma boca gigantesca. Atraídos pela curiosidade, os três seguem caminhando através do túnel. Mesmo com muito medo, Chihiro acompanha os pais.

Do outro lado do estranho prédio, os três encontram uma cidade deserta. Depois de andar alguns passos, Akio e Yuko, avistam um suculento banquete e começam a devorá-lo. Chihiro deixa os pais por um instante, para conhecer o local, até que pára numa ponte. De repente, aparece Haku, um misterioso jovem que, assustado com sua presença, pede a ela para sair dali antes do anoitecer. Ela corre para encontrar seus pais, mas, quando chega até eles, vê que os dois se transformam em porcos, e fica apavorada.

Perdida e sozinha, a pequena Chihiro se vê diante de um mundo repleto de espíritos, monstros e deuses. Para sua sorte, Haku vai ajudá-la. Ele ensina a Chihiro o melhor caminho para se chegar até a bruxa Yubaba, a dona da casa de banhos, e sugere que ela peça para trabalhar na mesma. No caminho, ela conhece Kamaji e Lin. Os dois, assim como Haku, ajudam-na a se acostumar com esse mundo.

A feiticeira revela que todos os humanos que entram em seus domínios são transformados em animais, antes de serem devorados. Aqueles que não têm o triste destino precisam provar seu valor no trabalho, ou são condenados à morte. Sem alternativa, a menina faz um trato com Yubaba para trabalhar na casa de banhos, renunciando à sua humanidade e mudando de nome, que passa a ser Sen (o nome do anime em japonês é Sen to Chihiro no kamikakushi).

Enquanto trabalha, Chihiro terá que descobrir uma maneira de encontrar suas lembranças, salvar seus pais e sair da cidade, ou então será escrava da bruxa para sempre...

Personagens:


Chihiro: Chihiro é um exemplo da criança moderna, mas quando ela embarca em um outro mundo tem que deixar de lado suas frescuras e lutar para voltar ao seu mundo. Ela precisará de seu juízo, de sua coragem, de sua lealdade e de lembrar de seu nome, acima de tudo.

Haku: Garoto enigmático que protege e encoraja Chihiro. Haku também é o braço direito de Yubaba, para ser mais especifico, ele é aprendiz de feiticeiro.

Yubaba: Feiticeira que comanda a casa de banhos, apesar de no começo parecer má tem seu lado bom, pois trata com carinho seu bebê.

Zeniba: Assim como sua irmã Yubaba, Zeniba também é feiticeira e vive num pântano muito distante da casa de banhos de Yubaba. É ela que ajuda Chihiro quando Yubaba estava a sua procura.

"Sem Face": É um deus sem personalidade. Sua personalidade e o seu jeito de ser são como o das pessoas que lhe estão perto e como essas o tratam. Muitos o confundem pensando que ele tenha enganado Chihiro e que ele seja mal. Ele porem ajuda e é gentil com Chihiro pois ela assim foi com ele. Quando os funcionários da casa de banho foram gananciosos ele muda sua personalidade sendo como eles, gananciosos e arrogantes. Curioso é que ele adquire além da personalidade a voz e o corpo de quem ele devora, como o sapo e os dois funcionários (ganhando primeiro pernas de sapo e depois as pernas humanas). Quando Chihiro lhe dá o bolo de ervas que o deus rio lhe deu o Sem Face expulsa tudo aquilo que ele comeu e toda personalidade adquirida. Como ele acompanha Chihiro até a casa de Zeniba ele volta a ser dócil e gentil perto de Chihiro. Seu nome (Sem Face) e seu corpo (uma sombra) são analogias a sua personalidade.

Akio e Yuko: São os pais de Chihiro. Estavam de mudança até chegarem a uma construção japonesa que se mostra ser um bom lugar. Sem saber de nada, inocentemente comem a comida dos deuses e fantasmas que habitam por ali e viram porcos. Chihiro tem que fazer o máximo para trazer eles de volta ao estado normal e sair daquela cidade fantasmagórica.

Kamaji: É ele quem controla as caldeiras, para fornecer água fresca com variedades de sais para a casa de banhos de Yubaba. Também é ele quem ajuda Chihiro a arrumar um emprego na casa de banhos.

Lin: É uma das trabalhadeiras e empregadas da casa de banhos de Yubaba. É ela que cuida de Chihiro e ensina a ela alguns truques deste novo mundo. Pode parecer um pouco geniosa, mas tem um coração bom.

domingo, 17 de abril de 2011

A pessoa ideal



Esse conto é um tapa na cara e uma dedada no meio do olho. Muito interessante para quem idealiza a pessoa perfeita.

Nasrudin desejava encontrar a mulher ideal para sua vida. Ficava a pensar dia e noite nela e orando para que a encontrasse. O vazio por dentro ficava maior a cada dia e ele sentia uma saudade de alguém que ainda não existia. "Eu irei encontrá-la nem que eu tenha que viajar mundo a fora", pensava ele.

Um dia ele estava proseando com um conhecido seu e o perguntou:


- Mullah, responda-me, você nunca pensou em se casar?


- Sim, claro que já. Quando eu era jovem, determinei-me a achar o meu par perfeito. Cruzei o deserto, cheguei em Damasco, e conheci uma mulher belíssima e espiritualmente muito evoluída; mas as coisas triviais, do dia-a-dia, a atrapalhavam.


Mudei de rumo e lá estava eu, em Isfahan; ali pude conhecer uma mulher com dom para as coisas materiais, da vida caseira, e além disso se mostrou muito espiritualizada. Porém, carecia de beleza física. Pensei: o que fazer?


E resolvi ir ao Cairo. Lá cheguei e logo fui apresentado a uma linda jovem, que também era religiosa, boa cozinheira e conhecedora dos afazeres do lar. Ali estava a minha mulher ideal.


- Entretanto você não se casou com ela. Porquê?


- Ah, meu prezado amigo, ela também estava buscando o homem ideal.

Os vasos da velha chinesa



Já que começaram a falar de estórias chinesas, aqui vai uma muito linda.

Os vasos da velha chinesa

Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.

Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito. Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada da torrente até a casa, enquanto aquele rachado chegava meio vazio.

Por longo tempo a coisa foi em frente assim, com a senhora que chegava em casa com somente um vaso e meio de água.

Naturalmente o vaso perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.

Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga derrota, falou com a senhora durante o caminho:

'Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho me faz perder metade da água durante o caminho até a sua casa...'

A velhinha sorriu:

'Você reparou que lindas flores tem somente do teu lado do caminho?
Eu sempre soube do teu defeito, portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado e todo dia, enquanto voltávamos, tu as regava.'

Por dois anos pude recolher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa.
Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa.

Cada um de nós tem o próprio específico defeito. Mas o defeito que cada um de nós tem é que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante.

É preciso aceitar cada um pelo que é e descobrir o que tem de bom nele.

Chinese culture





Weeping Over Fallen Blossoms


by Cao Xueqin

As blossoms fade and fly across the sky,
Who pities the faded red, the scent that has been?
Softly the gossamer floats over spring pavilions,
Gently the willow fluff wafts to the embroidered screen.

A girl in her chamber mourns the passing of spring,
No relief from anxiety her poor heart knows,
Hoe in hand she steps through her portal,
Loath to tread on the blossom as she comes and goes.

《红楼梦》葬花吟

曹雪芹

花谢花飞飞满天,红消香断有谁怜?
游丝软系飘春榭,落絮轻沾扑绣帘。

闺中女儿惜春暮,愁绪满怀无释处。
手把花锄出绣闱,忍踏落花来复去。

sábado, 16 de abril de 2011

Yesterday pictures



Interesting pictures and interesting people. My lady's best friends. What was Ricardo wearing on his head? :D. Ricardo, Barbra, Cauano, Alexander, Thor (is that his real name?) and chinese lady I forgot the name.

Shiny happy people!!!!!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sedução X Envolvimento




Nada contra a sedução, mas ela é apenas a primeira etapa de um relacionamento amoroso. Temendo frustrar a própria fantasia, o sedutor compulsivo não se permite conhecer a parceira ou o parceiro e consequentemente afasta qualquer possibilidade de se envolver de fato e de ter uma relação completa. Afinal, para amar é necessário, antes de mais nada, se envolver



Ontem, eu e meu viking falávamos no MSN sobre os tipos de relacionamentos que as pessoas se entregam e uma das frases marcantes foi a impessoalidade, irresponsabilidade, falta de compromisso e respeito ao outro e a superficialidade. Ficamos horas falando sobre relações á distância e como algumas pessoas conseguiam levar anos e anos amando alguém dessa forma. J. tem estado muito ocupado na Suécia e trabalhado demais, mas ontem ele me disse que essa distância não tem sentido algum e, sendo assim, em poucos dias ele estará aqui. Digamos que ele "chutará o pau da barraca" do emprego e ficará em terras brasileiras por longo tempo até decidirmos o que fazer primeiro, aqui ou lá.



No mundo corrido em que vivemos, as relações presenciais vão sendo substituídas pelos namoros virtuais e o toque físico pela webcam. A regra geral é seduzir, mas não se envolver. É como se não tivéssemos mais tempo para "aprofundar a relação". Ao sexo - e ao amor - bastam os mistérios da atração e o desejo dos olhares. Não há lugar para o afeto mais profundo. Quem aceita viver assim alimenta-se apenas da fantasia e deixa de construir um relacionamento completo, pois sobre pilares tão frágeis nada pode se sustentar. Não é que no jogo da sedução não haja promessas de afeto. Elas existem, mas são difíceis de serem cumpridas, o que acabaria com o próprio mecanismo da sedução. Ninguém se entrega.



Um colega meu, a pouco tempo atrás disse: "Não dá certo porque desvendei os mistérios e desejos dela; é como se ela fosse parte de mim. Como sentir tesão por mim mesmo?" O que está por trás dessa declaração nada mais é que incapacidade de conhecer de verdade essa pessoa e se envolver com ela. QUEM NÃO SE ENVOLVE NÃO SE DESENVOLVE. Não podemos nos tornar espectadores de nossas relações. AQUELE QUE FICA DE FORA, SÓ OLHANDO E SEDUZINDO, SE PERDE E PERDE O OUTRO. Continue assim para ver se não tenho razão?



A fantasia é fundamental, mas fica sem sentido se ambos não passam dessa etapa do relacionamento. Uma relação que se fixa na superficialidade do amor, sem o conhecimento mais inteiro do outro, logo acaba. O não envolvimento impossibilita o crescimento da relação, fazendo com que cada parceiro desenvolva um medo enorme de descobrir o que se passa na cabeça do outro. Ao "desvendar" os mistérios da outra pessoa, nos "descortinamos" sua imagem real, que pode ser diferente da fantasia que criamos. Esse processo parece perigoso - e de fato é, se considerarmos o envolvimento um perigo -, porque pode mobilizar emoções que vão além do "jogo de cena".



Quem só gosta de seduzir nunca chega a essa etapa do desenvolvimento da relação, mas quem a esta altura já percebeu que ama vai em frente, quer mais. Quer descobrir a cada dia a história e os caminhos do outro num processo que não cansa e não satura. É essa busca que alimenta a relação, é essa (re)descoberta a cada dia que fortalece o laço de união. Sei disso porque deixei o duvidoso pelo certo, abandonei a dor pela paz e felicidade e aniquilei da minha vida pessoas que usam de desculpas e exigências absurdas para (quem sabe) se envolverem numa relação completamente. É o famoso "Se você fizer assim, eu te dou o que você gostaria de ter". A esses eu posso dizer que nunca conseguirão, de fato, manter uma relação.



Quando convivemos com uma pessoa, depois de algum tempo congelamos a sua imagem, acreditando conhecê-la por completo. Dificilmente procuramos descobrir outros ângulos dela, diferentes daqueles que já nos são familiares. Por isso é que em muitos casamentos, quando um dos dois muda, quer fazer algo novo, o outro se espanta, fica catatônico. Se a relação não for sólida, estará neste momento fadada ao ponto final, sem direito a vírgula.



A mulher em geral quer envolvimento, paixão, roteiro. O homem mais comumento quer sexo sem história. Quando seduz, morre de medo de se envolver. Quando seduzido, teme ficar na mão da suposta amada. A vivência da amorosidade nos revela que é preciso voltar, após ter chegado ao fim, para começar tudo de novo, com as descobertas do dia seguinte. É preciso descobrir a pessoa amada todos os dias e mais do que isso respeitá-la e compreender seus limites. Se a relação fica "fechada" na sedução ou se um julga já ter descoberto todos os mistérios do outro, isso se torna impossível. E a felicidade a dois, também!


Caçando bruxas



Lamentável estar no seu horário de intervalo, e depois de gastar a voz nas salas de aula, um colega venha trazer ao momento de descanso e paz uma raiva que o faz esbravejar para todos ouvirem: "Viu só? Olhem isso! Político é tudo igual mesmo. Tiririca se juntou à corja. Agora o palhaço ri de nossa cara. Está na turma dos corruptos. Logo logo veremos ele se meter em roubalheira". Pensei bem se eu ia responder a isso, logo eu, que estava estirada no sofá tentando descansar. Então, me meti na conversa: "Querido, não estou defendendo o Tiririca, afinal eu nem o conheço, mas se seu filho conversase com usuários de drogas e disserem que por esse motivo ele também é usuário, você vai gostar? Você está supondo algo sem ter provas". O colega ficou meio desconfiado no início, mas depois disse: "É... tem razão!". O nome disso é "caça às bruxas".

Na Idade Media, uma falange de psicopatas autorizados pela Igreja caçava gente com o entusiasmo com que se caçariam animais selvagens. O maior divertimento era julgar, esfolar vivo e queimar na fogueira, depois de outros inimagináveis sofrimentos. Nada diferente de hoje, porém não se queima mais o corpo, mas sim a alma, as esperanças, a dignidade. Quem eram as vítimas da Igreja daqueles tempos? MULHERES. Mulheres que lidavam com o que hoje chamaríamos de medicina alternativa - a sabedoria popular de suas antepassadas. Havia também os bruxos, os que diferiam da doutrina religiosa ou da política dominante, contrariavam alguma autoridade, ou ainda, aqueles cujo vizinho nao ia com sua cara. Relatos e atas oficiais desses processos públicos enchem milhares de páginas da época, e nos dão vergonha de ser humanos.

Eu, quando pequena, adorava os livros sobre fadas e bruxas. Não me esqueço da Fadinha, que estava mais para bruxa, chamada Clara Luz, que no fim do livro prometia aos leitores emprestar seu livro de magia para que todos nós fizessemos a mágica da felicidade. Lembro-me que, na minha inocência, eu esperei por aquele livro. Eu sonhava com a Clara Luz me emprestando o livro para fazermos as magias e poções para melhorar o mundo. Engano meu. Melhoramos, nos civilizamos, ccrtamos alguns preconceitos. A servidão, ao menos concreta e legal, acabou. Servidões morais temos muitas. Uma delas é o impulso primitivo, das cavernas, de destruir, essa ferocidade no julgar e sentenciar, essa vontade de que o outro se dê mal. Parecemos doentes de ansiedade por ver alguém enxovalhado, por baixo, sem remissão. Muito além da lei e da Justiça, queremos sangue - ainda que seja o sangue moral, o sangue da alma.

Sou contra crimes, incluindo a corrupção. Apoio todas as justas ações da policia para proteger a sociedade, mas desgostam-me procedimentos que agridem levianamente, interrogatórios cruéis, ataques de qualquer ângulo, a execução moral de inocentes na fogueira da opinião pública, mais disposta a ver o mal em tudo. Ás vezes, como grupos ou sociedade, adoecemos.

Cair na armadilha do rancor primitivo e da atitude destrutiva torna a vida uma selva onde pessoas honradas são impedidas de executar projetos positivos, e às vezes têm sua vida injustamente aniquilada. É quando as bruxas boas fogem nas suas vassouras, deixando-nos um mundo mais sombrio.

domingo, 10 de abril de 2011

A arte do falar...



Muitas vezes somos traídos pela tendência de falar sem pensar e de forma irrefletida.

Deus, em sua infinita sabedoria, nos fez possuidores de uma só boca e dois ouvidos, querendo com isso que utilizássemos em dobro nossa capacidade de ouvir e nos habituássemos à contenção de palavras inúteis e julgamentos inconvenientes.

Geralmente, quando estamos zangados, expressamos juízos e conceitos dos quais muito nos arrependemos, quando a calma sobrevém. Mas, muitas vezes, esse arrependimento não é suficiente para remediarmos os danos causados nas outras pessoas.

Charles Chaplin cunhou uma frase que me parece bastante apropriada para nos alertar sobre a armadilha do “falar demais”: “Cuidado com as palavras pronunciadas em discussões e brigas que revelem sentimentos e pensamentos que na realidade você não sente e não pensa... pois, minutos depois, quando a raiva passar, você delas não se lembrará mais... Porém, aquele a quem tais palavras foram dirigidas, jamais as esquecerá...“.

Geralmente, reagimos com visível desagrado a dicas e sugestões de pessoas que nos querem bem, visando nossa melhoria íntima. São temas que nos parecem chatos e maçantes. Certamente, se levadas em conta, muitas dessas palavras plenas de sabedoria representariam mudança de conduta e o abandono de muitos vícios.

Nem sempre o “falar demais” manifesta-se nas horas de raiva. Muitas vezes, a tendência em falar mais da vida alheia que dos valores que nos enriquecem a existência incentiva a proliferação de boatos e fofocas.

Quando surge um colega trazendo informações sobre as últimas novidades dos namoros, demissões e problemas dos outros, o tempo que parecia não existir aparece, o cansaço e a falta de paciência cedem imediatamente lugar ao interesse e à curiosidade.

Como seria proveitoso se pudéssemos dedicar esse mesmo interesse e atenção para ouvir e ajudar muitos amigos que nos procuram para um diálogo saudável, muitas vezes com inquietações e angústias e nós simplesmente não temos tempo e sensibilidade suficientes para escutar.

Aliás, como é difícil para todas as pessoas parar para escutar. Somos ávidos por falar; vivemos ansiosos porque falamos muito e escutamos pouco ou quase nada. Nossa palavra sempre deve ter o maior peso. Queremos ter sempre a primeira e a última palavra.

Saber ouvir exige que façamos opção consciente em apreender o que se passa com o outro, de forma solidária e sem preconceitos, com o objetivo de buscarmos o entendimento.

O diálogo nem sempre é uma tarefa fácil, pois envolve a disponibilidade para aprender novas idéias, quando antes gostaríamos de ensinar; humildade para reconhecer que não somos perfeitos e que não sabemos tudo a respeito de todos os assuntos e admitir a coerência de fundamentos e idéias que não são nossos.

Ouvir é diferente do simples ato de escutar. Escutar é o uso puro e simples do sentido da audição e só não escuta quem é surdo. Ouvir é muito mais profundo, pois envolve a pessoa por inteiro e é um processo ativo, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa ser.

Exercitar a arte de ouvir o nosso semelhante apura nossa sensibilidade, permitindo-nos romper a concha de isolamento criada pelo individualismo – outra das características negativas da nossa personalidade – e participar das experiências e emoções das outras pessoas.

Wendell Johnson, grande teórico da comunicação, escreveu: “Nossa vida seria mais longa e rica se despendêssemos a maior parte dela na tranqüilidade silenciosa do ouvir pensativamente”.

Somos um bando turbulento, e daquilo que chega a ser dito entre nós muito mais passa despercebido e não ouvido do que se poderia imaginar. Temos, ainda, que aprender a usar as maravilhas do falar e do ouvir em nosso próprio e melhor interesse e para o bem de nossos semelhantes. Essa é, também, a mais extraordinária das artes a ser dominada pelo homem.

Ouvir é renunciar! É a mais alta forma de altruísmo em tudo quanto essa palavra signifique de amor e atenção ao próximo. Talvez por essa razão a maioria das pessoas ouça tão mal, ou simplesmente não ouça. Vivemos imersos em cogitações pessoais e é raro conseguirmos passar algum tempo sem pensar em nós mesmos.”

Falar



"Falar sem pensar é atirar sem alvejar." (Thomas Fuller)

"Falar sem se empenhar é nada." (Mary W. Stewart)

"Os mais arrojados em falar são ordinariamente os menos profundos em saber." (Marquês de Maricá)

"Para falar ao vento bastam palavras, para falar ao coração são necessárias obras." (António Vieira)

"Quando estiver zangado, conte até dez antes de falar; se estiver muito zangado, conte até cem." (Thomas Jefferson)

"Falar é bom, calar é melhor, mas ambos são desagradáveis quando levados ao exagero." (Jean de La Fontaine)

Talvez...



Essa é a música do dia. Adorei ouvi-la no rádio, coisa que eu raramente fazia, mas ultimamente volto para a casa do trabalho com meu fone de ouvido. Na sexta-feira passada eu ouvia essa música, da qual não conhecia, nem a banda.

Tenham um bom dia, queridos! Aproveitem o dia. Eu estou aqui... aproveitando o meu curtindo uma preguicinha depois de tanto ficar fora de casa. Quero minha cama, meu quarto, meu momento de silêncio... só esperando... para novamente escutar coisas boas, positivas e doces.

Que paz!!!!!

domingo, 3 de abril de 2011

Trair



De repente, veio a certeza: aquela pessoa que ela amava, com quem já esteve a anos, em quem confiava, com quem tinha um ótimo sexo, que era carinhoso, confidente e tudo o mais a traía! Ela já desconfiava das viagens, telefonemas escondidos, SMS, presentes inesperados, novas idéias sobre relacionamento. Mas não queria acreditar. Afinal, seria muita falta de caráter de uma pessoa que tinha a sua confiança e dedicação e de quem ela se orgulhava. Além de se sentir enganada, via desmoronar a imagem que tinha do companheiro.

Trair é natural para algumas pessoas. Elas não percebem que com isso destroem amores verdadeiros e ferem quem não merece. Trair faz parte da natureza de algumas pessoas que não conseguem amar. Como o aventureiro italiano Giacomo Casanova ou o Juan da literatura, elas seduzem vários ou várias, mas não são fiéis a ninguém. Amam somente a si, amam se sentir amadas e desejadas.

A mulher a quem me referi acima sabia com quem estava lidando. No passado ele tinha tido várias mulheres ao mesmo tempo e isso era de seu conhecimento. Tratava todas com delicadeza, carinho e desejo. Tinha o poder de deixá-las apaixonadas. Comportamento que é típico dos traidores.

Confirmada a infidelidade, veio o dilema. Como agir? Amar um barraco, gritar, agredir, chorar, terminar? Ou fingir que não sabe, guardar para si a humilhação e a dor e apenas dar indiretas, fazer comentários velados? Ter uma conversa civilizada, dizer que o amava mesmo assim e que esquecerá tudo se ele se decidisse por ficar com ela? Ou apenas terminar, sem nem falar por que, já que ele sabe muito bem a razão?

Nenhuma das opções parecia satisfatória. É como se ela estivesse numa estrada e de repente caíssem barreira na frente e atrás do carro. Não dá para seguir nem para voltar. Se armasse barraco, de nada adiantaria; se fingisse que não sabia de nada, talvez somatizasse a negação, o sofrimento e ficasse doente, com insônia, enxaqueca ou algo pior. O ideal seria uma conversa verdadeira; mas ela sabia que ele iria negar, dizer que ela era louca por não ver que ele a amava, que tinha tesão, que além dela era só trabalho ou estudo.

O fato é que ela ainda o amava, embora não aguentasse ser tratada como burra. Sentia dor imensa, não parava de pensar nele com outra. Sentia culpa: será que isso aconteceu porque ela tinha envelhecido ou se descuidado, será que já não era mais bonita?

Não era nada disso. Mulheres maravilhosas como Sandra Bullock e Nicole Kidman também foram traídas. Como disse antes, trair, para algumas pessoas, é uma compulsão. Se ela não conseguia terminar a relação, talvez a solução menos dolorosa era continuar nela mais um tempo - para ir, aos poucos, deixando que morresse a imagem falsa que tinha desse homem; para se conscientizar de que o homem que ela amava não era ele, mas um reflexo dela mesma. Assim, devagar, ela iria deixando e gostar dele e poderia se abrir para outros interesses, outras pessoas, dedicar-se a si mesma, encarar, enfim, a realidade. Restava-lhe o consolo de saber que não era só com ela que isso acontecia, e que tudo acabava um dia, como uma flor que murcha, uma nuvem que passa, uma onda no mar. E que o mais importante era manter sua integridade, seu compromisso com a vida e saber que ela, sim, nunca traiu, apenas amou de verdade.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Tantra love

Tantra e sexo

Tantra é sexo?

Não. Tantra não está ligado a incríveis performances sexuais, orgias mirabolantes ou sexo grupal como frequentemente se propaga por aí. O Kama Sutra e o Maithuna nada têm a ver com o Tantra, pois pertencem a histórias bem diferentes. Por razões tendenciosas, o Kama Sutra e o Maithuna foram integrados ao Tantra, mas não o são.

Os adeptos que se aproximam do Tantra com o interesse meramente sexual não conseguem alterar seu padrão energético e vibratório. Essa motivação sexual oferece inúmeros desequilíbrios energéticos que interferem no processo de desenvolvimento dos grupos.

O Tantra elabora suas performances baseadas em meditações ativas e vivências, com o objetivo de potencializar a sensibilidade e a percepção da energia, mas sem utilizar-se de rituais, oferecendo ao indivíduo toda a liberdade que necessita para perceber e sentir. O Tantra não é um manual de sexo, de posturas rituais rígidas e dogmáticas. O Tantra trata da nossa relação com a energia; da forma como nos apropriamos da energia, da relação com os Chakras - Centros energéticos localizados no corpo; de como a energia é direcionada a partir dos centros para a otimização do viver em vários níveis, num processo de múltiplas transcendências. O Tantra aprimora a percepção da energia e potencializa muito a sensibilização do prazer, utilizando-se de abordagens bem específicas.

Tantra começa com um trabalho corporal onde o corpo é o inicio, o meio e o fim em si mesmo. Entretanto, o corpo tem nuances que desconhecemos e que só são possíveis de alcançar com a depuração da sensibilidade. Trazemos no corpo as marcas de fortes condicionamentos impostos pela sociedade ao longo de nossas vidas. Os trabalhos com o Tantra objetivam o descondicionamento do corpo, da mente, das emoções e do espírito.

O corpo é o caminho para uma compreensão profunda, que diz respeito aos nossos medos e fraquezas, nossos sentimentos de inferioridade ou de grandeza; as atitudes comportamentais que adquirimos para sobrevivermos no meio social.

Podemos afirmar, portanto, que o Tantra é sensorial e desrepressor.

"O sexo é a energia mais vital do homem e não deveria constituir um fim em si mesmo. O sexo deveria guiar o homem até sua alma. O objetivo é desde a luxúria até a luz”" (Osho - Do sexo à Supraconsciência.)

Falando em Tantra


Tantra (ou Tantrismo) é o amplo termo pelo qual antigos estudantes de espiritualidade na Índia designavam um tipo particular de ensinamentos e práticas que tiveram base em uma antiga sociedade. Com o passar do tempo, estes ensinamentos propagaram-se, misturando-se com diversas outras culturas e correntes filosóficas e religiosas como o Hinduísmo, o Yoga, o Budismo, o Taoísmo, o Vedanta e outras. Esses ensinamentos não podem ser resumidos, porque o Tantra hoje abrange uma variedade e uma diversidade muito ampla de crenças e práticas, quase sempre antagônicas entre si e cheias de contradição.

Muitos trabalhos com o Tantra não trazem uma compreensão clara da extraordinária herança daquilo que pretendem representar e incorrem na perigosa distorção, vulgarização e banalização do sexo e no incentivo e valorização do jogo da sedução nos relacionamentos, como se o Tantra tivesse esse objetivo. Mesmo na Índia e no Tibet, o Tantra tem o seu quinhão de fracasso moral. De drogadictos a alcoólatras, de pervertidos a maníacos, muitos falsos mestres e gurus abrem seus clubes de encontro e sedução sob a indefinida denominação de "Tantra". O Tantra tornou-se, então, uma evasão fácil, reduto para inúmeros degenerados morais e sexuais.Mesmo em seu país natal, os ensinamentos Tântricos caíram em descrédito, precisamente por causa do uso indiscriminado de muitos de seus fundamentos atrelados ao sexo livre e superficial.


No Tantra Original, as práticas proporcionadas conduzem àquilo que se pode chamar de "Experiência Oceânica". Seu modelo básico para a interação com outros organismos e com o sistema não se processa através de uma única descarga liberadora e a conseqüente distensão após um período de tensão e esforço. Ao contrário, experimenta-se um fluxo brincalhão, relaxado e solto, mutuamente alimentador, com base no êxtase, num intercâmbio de energias que lembra danças e jogos (Leela, em sânscrito).

O resultado desta experiência permite que a pessoa vivencie a expansão dos próprios limites, a dissolução dos condicionamentos negativos, castradores e repressores, para se experimentar um sentimento de fusão com o parceiro e com o todo, em um estado de feliz unidade.

No Tantra, a união dos genitais e a conseqüente descarga orgástica, embora poderosamente experienciadas, são consideradas secundárias em relação à meta final, que é alcançar o estado transcendental da união dos princípios masculino e feminino em sua propagação ao infinito, a denominada Unyo Mystica.

As pessoas que alcançam essa forma de sexualidade experimentam a ausência de ruído biológico dentro de um complexo sistema espiritual, espontâneo e natural. Sob este aspecto, alguns componentes são fundamentais para alcançar a compreensão do significado original e verdadeiro do Tantra, sem os quais, seu sistema existencial e sua co-relação com o Sagrado fica incompleta.

O Tantra Original não está contido em livros ou textos, como constantemente é propalado entre os adeptos do Yoga ou do Budismo. Sua fonte é a própria fonte geradora da vida e é necessário alcançá-la de forma vivencial, através das meditações e dinâmicas propostas. Trata-se de uma conexão transcendente com a vida e o viver, que estão acessíveis e disponíveis a qualquer ser humano, pois não há privilégios.

O Tantra é simples e exige simplicidade por parte de quem o pratica.

O sistema existencialista humanista presente no Tantra necessita de confiança, entrega, relaxamento profundo, amor e compaixão, para que o estado de percepção e consciência ampliada conduza à experiência da supraconsciência.

O Tantra oferece ao indivíduo a chave que pode abrir a sua consciência, independentemente de sua cultura ou religião. A essência dos ensinamentos tântricos está contida na nossa natureza mais íntima, nosso estado primordial e iluminado, que é a nossa potencialidade inerente. Esses ensinamentos estão livres do Karma, porém são oprimidos pelos condicionamentos sociais. Nosso estado primordial não é algo que deva ser construído ou conquistado, mas algo existente desde o princípio, e goza da mesma sabedoria e inteligência que modela o universo e permeia a natureza. O ser humano perdeu o contato com essa sabedoria natural no esforço cotidiano de sobreviver. O Tantra possui os dispositivos para a conexão com essa fonte original, de onde emana a vida e as tramas do desenvolvimento das espécies.

(Deva Nishok)