segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Clareza de pensamento

Terão verdadeiramente clareza de pensamento aqueles que tratarem as “coisas simples” com a merecida importância, e as “coisas importantes” com a devida simplicidade.

Entre os inúmeros pensamentos iluminados de Blaise Pascal – matemático, filósofo e escritor francês do século XVII -, destaca-se: “A eloqüência é a arte de dizer as coisas de tal maneira que aqueles a quem se fala possam entendê-las sem esforço, cansaço, nem dificuldade, antes com interesse e prazer suficientes para que o amor-próprio os leve de boa vontade a refletir sobre elas”.

Em psicologia, “compensação” é um mecanismo de ajustamento ou de defesa que leva o indivíduo a desenvolver certas pontencialidades para suprir suas supostas deficiências. É um modo prático de purificar estímulos indesejáveis. Por exemplo: o pressuposto de se sentir sujo se transforma num excesso de limpeza. Um impulso de raiva pode emergir de nossa intimidade e ser forjado por uma atitude de extremada tolerância ou afabilidade. Uma criatura que cultiva um caráter de “certeza absoluta” passa a ter, imperceptivelmente, um “comportamento dogmático”, por causa de incertezas quanto à sua dignidade. Assim, também, uma atitude de preocupação desmedida pela saúde de um parente poderá estar compensando um desejo inconsciente de se libertar da responsabilidade com esse mesmo familiar.

Obviamente, não podemos suspeitar de toda boa inclinação como um disfarce psicológico. Estamos apenas nos referindo ao comportamento de reação exasperada e de tendências que ultrapassam os limites da normalidade.

No mundo físico, tanto como no mundo astral, as criaturas que pensam claramente desenvolveram a harmonia interior ou a ordem mental. Elas sabem que, enquanto o “eu superficial” não for colocado no lugar que lhe compete, o “eu essência” não poderá iluminar o verdadeiro caminho para a vida plena. Aliás, só quando elaborarmos a ordem mental é que conquistaremos a harmonia da alma.

Os sábios se comunicam com sabedoria e simplicidade, são REALISTAS. Os pseudo-sábios falam com ostentação e pedantismo, são tediosos, repetitivos e difusos. Querem parecer importantes aos olhos dos outros para preencherem o vazio que sentem em seu íntimo, ou para compensarem seu complexo de inferioridade ou determinados desejos frustrados.

No mundo espiritual, há várias moradas, como é dito na Bíblia, e uma multidão de seres com diversos níveis de consciência. Algumas moradas coexistem com a Terra. Indivíduos que buscam compensação em uma profunda sensação de querer ser visto, ouvido, apreciado, sintonizam com criaturas que cultivam essa mesma necessidade de atenção. Estabelecem um ajuste vibracional com aqueles que possuem um “perfil de maturidade” igual ao seu, produzindo e combinando fluidos semelhantes, criando, assim, elos de idêntica natureza.

Um auto-exame nos permitirá tocar mais fundo em nossa essência, possibilitando uma compreensão acurada de nossos problemas existenciais. O segredo da libertação de todos os males está na autodescoberta e na aceitação de si mesmo. Quanto mais evitarmos olhar para nossas facetas desajustadas, compensando-as ilusoriamente ou projetando-as nas coisas ou nas pessoas, mais nos distanciamos da paz. E uma satisfação precária e temporária nos acompanhará.

A evolução é conseqüência de uma mudança interior. A clareza de pensamento aparece no decorrer do processo de amadurecimento e crescimento espiritual, conduzindo-nos à COMPREENSÃO de que toda a deficiência precisa ser corajosamente aceita e entendida.

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