sábado, 26 de fevereiro de 2011

Soneto da Despedida



(de Antonio Miranda Fernandes)

Não tenho como saber se te encontrarás
No tempo casual que buscas
Num espaço incerto que persegues
Mas se acontecer e se me vires nada digas
Eu terei na retina o que pensaste ter-me escondido
E do silêncio da minha voz nada ouvirás
Nem ecos eu tenho para os teus ouvidos
Mas sei que irás sentir do meu olhar
O poema da despedida
Se a tua voz atrevida falar de chegada
Ela colherá das minhas mãos o tempo de dar
Não fará falta no meu existir uma lasca de vida
Já vim feito com o dom de doar
Esperei todos os dias pela manhã do amanhã
Mas ela não voltou
E toda claridade trouxe apenas ontem
Ouvi nas madrugadas algumas melodias repetitivas
Intercaladas de longas horas vazias
Rareiam os poetas
E os corações românticos para ouvi-los
Eu prossigo sem me perder
Estarás para sempre presença que preferiu partir
Não tenho como saber se te encontrarás

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